FTD Editora
A Vinda do Espírito
Santo
Pentecostes
"O Espírito Santo
é o único que pode
ajudar as pessoas e
as comunidades a
libertarem-se dos
velhos e dos novos
determinismos,
guiando-os com a Lei
do Espírito que dá a
vida em Cristo
Jesus." (João
Paulo II)
Ao término do
período de cinqüenta
dias após a Páscoa,
a festa de
Pentecostes, a vinda
do Espírito Santo
sobre os apóstolos,
marca o cumprimento
da promessa de Jesus
Cristo: "Quando
vier o Paráclito que
vos enviarei de
junto do Pai, o
Espírito da Verdade
que vem do Pai, ele
dará testemunho de
mim. E vós também
dareis testemunho,
porque estais comigo
desde o princípio" (Jo
15, 26-27). E
João acrescenta
ainda: "Quando
vier o Espírito da
Verdade, ele vos
conduzirá à verdade
plena, pois não
falará de si mesmo,
mas dirá tudo o que
tiver ouvido e vos
anunciará as coisas
futuras! (Jo 16,13)
Para nós, cristãos,
é a festa do Divino
Espírito Santo que
inunda novamente a
Terra, descendo
sobre os apóstolos
reunidos com Maria,
Mãe de Jesus, e mais
120 outros
discípulos, por
ordem do mesmo Jesus
Cristo.
Estas duas festas,
Páscoa e
Pentecostes, marcam
as datam maiores da
vida da Igreja, no
seu nascimento e no
seu desenvolvimento
sob o impulso do
Espírito Santo, cuja
descida sobre Maria
Santíssima e os
apóstolos foi
marcada por eventos
que lhe deram a
maior publicidade.
"Achavam-se em
Jerusalém judeus
piedosos, vindos de
todas as nações que
há debaixo do Céu.
Com o ruído que se
produziu, a multidão
acorreu perplexa,
cada qual ouvia
falar em seu próprio
idioma. Estavam
todos estupefatos e,
atônitos,
perguntavam uns aos
outros: "O que vem a
ser isto?" (At. 2,
5-6. 12).
"O tempo da Igreja
teve início no
momento em que as
promessas e os
anúncios, que tão
explicitamente se
referiam ao
Consolador, ao
Espírito da Verdade,
começaram a
verificar-se sobre
os apóstolos, com
poder e com toda a
evidência,
determinando assim o
nascimento da
Igreja" (João Paulo
II, em Dominum et
Vivificantem, 25).
É
a partir de
Pentecostes que o
ser humano toma
consciência do seu
poder de amar,
reconhecendo no
outro a sua própria
humanidade, sem
distinção de raça,
tribo, sangue ou
cor.
O período sagrado
dos cinqüenta dias
recorda o tempo de
espera e a efusão do
Espírito Santo sobre
os apóstolos
reunidos com Maria,
Mãe de Jesus,
ocorrido no
qüinquagésimo dia
após a Páscoa da
Ressurreição,
marcando o início da
ação evangelizadora
da Igreja. Lucas
acentua a
importância da
presença de Maria, a
Mãe do Senhor. A
iconografia dos
primeiros séculos
acentua essa
presença de Maria,
ela que concebera o
Verbo de Deus pelo
poder do Espírito
Santo.
O Pentecostes, dia
do nascimento da
Igreja, é o momento
em que o verdadeiro
significado da Cruz
e da Ressurreição de
Cristo se manifesta
e retorna à comunhão
com Deus. Em
Pentecostes a Igreja
toma consciência da
sua missão
missionária e revela
seu dinamismo
evangelizador
formando comunidades
cristãs autênticas,
seguidoras de Jesus
Cristo, pois o
Espírito Santo é a
força que santifica,
Ele que é o Espírito
de santidade.
Na Sagrada
Escritura, se
descreve o Espírito
Santo, como sopro,
pois ajuda o
encontro entre a
figura de Jesus e o
coração humano,
encarnando-a em cada
pessoa. Foi o que
Jesus fez ao
aparecer aos
apóstolos após sua
Ressurreição:
"Soprou sobre eles e
disse: recebei o
Espírito Santo..."
Nós o recebemos no
dia do nosso Batismo
e confirmamos no dia
de nossa Crisma, e o
reafirmamos rezando
no Credo as
seguintes palavras:
"Creio no
Espírito Santo".
O Catecismo, na
Igreja Católica,
afirma: "crer no
Espírito Santo é
professar que o
Espírito Santo é uma
das pessoas da
Santíssima Trindade,
consubstancial ao
Pai e ao Filho e
"com o Pai e o Filho
é adorado e
glorificado". Ele
está em ação com o
Pai e o Filho do
início até a
consumação do
projeto de nossa
salvação. Mas é "nos
últimos tempos",
inaugurados pela
encarnação redentora
do Filho, que ele é
revelado e dado,
reconhecido e
acolhido como
pessoa" (Cf nº
685/686).
No Pentecostes, o
Espírito Santo
revela toda a força.
De tímidos e
medrosos, transforma
os apóstolos em
missionários
ardorosos,
anunciando sem temor
que Jesus, "que
vocês mataram"
(dirigindo-se aos
judeus), ressuscitou
dos mortos e isso
nós e o Espírito
Santo o atestamos
publicamente.
A presença do
Espírito Santo nas
pessoas e nas
comunidades se
manifesta,
principalmente,
através dos seus
dons e carismas
concedidos a todos e
a cada um para a
unidade e edificação
da Igreja (Ef. 4).
Neste dia solene de
Pentecostes, é bom a
gente recordar os
dons que o Espírito
Santo derrama sobre
cada um de nós,
quando nos abrimos à
sua ação
santificadora:
-
O dom da
Sabedoria
que fortalece a
nossa caridade e
prepara-a para a
visão plena de
Deus,
trazendo-lhe o
gosto de Deus e
de sua palavra.
-
O dom do
Conhecimento
que torna a
nossa fé mais
segura e sólida,
permitindo-nos
perscrutar as
grandezas de
Deus que se
manifestam na
natureza e na
intimidade do
próprio ser.
-
O dom da
Ciência que
nos permite
julgar retamente
sobre as
criaturas,
orientando-nos
para Deus e
desapegando-nos
conscientemente
delas.
-
O dom do
Conselho que
nos é concedido
para sanar nossa
irreflexão e
precipitação na
escolha das
soluções pelas
quais devemos
optar.
-
O dom da
Piedade que
nos faz ver que
o nosso Deus é
um Deus de
perdão, de
misericórdia, de
bondade e
compaixão e que
nos convida a
ser, por nossa
vez, compassivos
e
misericordiosos
para com os
irmãos.
-
O dom do
Temor a Deus
que nos leva a
ter uma atitude
de respeito
diante de Deus e
não de medo,
afastando-nos de
tudo aquilo que
lhe possa
desagradar.
De
posse desses dons, o
Espírito Santo, como
nos lembra São
Paulo, produz frutos
de amor, alegria,
paz, paciência,
afabilidade,
bondade, fidelidade,
mansidão, domínio de
si" (Gl 5,22). De
fato, o Espírito
Santo é o único que
pode ajudar as
pessoas e as
comunidades a
libertarem-se dos
velhos e novos
determinismos,
guiando-nos com a
Lei do Espírito que
dá a vida em Cristo
Jesus" (João Paulo
II).
É o Espírito Santo
que nos ajuda a
aprofundar nossa
relação com Jesus
Cristo, "tornando-o
conhecido e amado",
como nos pede São
Marcelino Champagnat,
e procurar "centrar
nossa vida nele" (XX
Cap. Geral). Por
isso, devemos
cooperar com o
Espírito Santo no
meio das realidades
e vicissitudes da
vida de hoje. Daí a
importância da
invocação de sua
assistência pela
oração.
De um autor
desconhecido (pelo
menos por mim)
encontrei esta
oração que rezo
todos os dias antes
da meditação e que
proponho à recitação
de todos. Esta
oração composta do
servo de Deus, Papa
Paulo VI.
Ó Espírito
Santo,
Dai-me um
coração grande,
aberto à Vossa
silenciosa e
forte palavra
inspiradora.
Fechado a todas
as ambições
mesquinhas,
alheio a
qualquer
desprezível
competição
humana,
compenetrado do
sentido da santa
Igreja.
Dai-me, ó
Espírito Santo,
um coração
grande, desejoso
de ser
semelhante ao
coração de Jesus
Cristo,
um coração
grande e forte
para amar a
todos, servir a
todos e sofrer
por todos,
um coração
grande e forte
para superar
todas as
provações, todo
o tédio, todo o
cansaço, toda a
desilusão e toda
a ofensa,
um coração
grande e forte,
constante até
para o
sacrifício
quando for
necessário,
um coração
grande, cuja
felicidade seja
participar com o
coração de
Cristo e cumprir
de maneira
Irmão Egídio
Luiz Setti, fms
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