FESTA DO DIVINO
no Estado do Paraná
Em data móvel
A Festa do Divino é uma representação popular de
um cortejo monárquico que inclui representantes
do povo, coroados como Imperador e Imperatriz,
sem esquecer, naturalmente, os demais
componentes da corte, onde o Espírito Santo é
louvado.
O Império do Divino foi instituído pelos padres
franciscanos por volta de 1200, em Alenquer,
Portugal; mais tarde chegou ao Açores, onde o
Divino era cultuado para defender a região dos
terremotos, maremotos e vulcões. A ele foram
atribuídos vários milagres. A festa acabou sendo
aceita pela igreja, como culto sacro-profano e
de cultura popular. Foi, provavelmente, trazida
ao Brasil no século XVIII pelos açorianos. No
sul, mistura suas tradições com a cultura
caiçara, enriquecendo o folclore local.
Já na ritualística da igreja católica é tida como uma
homenagem que marca a presença do Espírito Santo
junto aos apóstolos, 50 dias após a ressurreição
de Jesus. É conhecida como a Festa de
Pentecostes e acontece em data variável,
conforme o ano litúrgico.
Campina do Simão
Desde 1960 a cidade comemora o Divino Espírito
Santo com procissão e reza, sempre no último
domingo do mês de maio.
Campo do Tenente
Esta celebração é comemorada desde 1918. O
senhor Marculino dos Santos, morador local,
começou a reunir pessoas para rezar o rosário.
Desta devoção foi fundada a Igreja do Divino
Espírito Santo.
No dia da festa, a celebração começa com
procissão caracterizada por santos padroeiros,
cavalos e carroças. A festa reúne a população da
região e ferroviários, que moram perto da antiga
estação de trem, onde a igreja está situada.
O evento se realiza no primeiro domingo após o
dia de Corpus Christi.
Goioxim
Esta festa vem sendo realizada no município
desde 1920. Os moradores Salvador Garcia dos
Santos e Maria Rodrigues dos Santos deram início
a essa tradição. Hoje, ela continua sendo
realizada pelos filhos e netos da família, na
comunidade de São Pedro, na propriedade de Luiz
e Maria da Luz Dias.
Jataizinho
É realizado o “Terço do Divino Espírito Santo”,
no dia de Pentecostes, festividade centenária
que acontece na zona rural “Café Forte”, desde o
século XIX.
Esta celebração está ligada à história de uma
família. Uma senhora chamada Maria Rita não
podia ter filhos e seu esposo trouxe-lhe uma
imagem da Pomba do Divino Espírito Santo, para
qual ele fez uma promessa: que se a esposa
engravidasse, ele todos os anos faria o Terço do
Divino. Hoje a tradição continua no Dia de
Pentecostes.
As pessoas se reúnem, fazem o Terço e depois
servem doces de abóbora e mamão, entre outros,
aos fiéis que ali estão.
Maringá
A Festa do Divino se realiza de quarta-feira a
domingo, quando ocorrem missas e atos litúrgicos
referentes a Pentecostes.
Morretes
As Folias do Divino tiveram início em 1765, em
Morretes, quando a “Irmandade do Glorioso São
Benedito dos Homens Pretos do Povoado do Menino
Deus dos Três Morretes” fazia uma procissão
luminosa sobre o histórico Rio Cubatão, hoje
Nhundiaquara.
Em 1863, adquiriu características que ainda
permanecem entre nós. Com um mês de
antecedência, os foliões saem às ruas da cidade
e pelos sítios, com as Bandeiras do Espírito
Santo e da Santíssima Trindade, com violeiros e
batedores, que chegam às casas, cantando versos
de cumprimentos às famílias.
Estas os recebem em seus lares, fazem orações e
enquanto aguardam a oferta da prenda, que será
posta na Bandeira do Divino, são servidos ao
cortejo sucos e lanches. Ao saírem, abençoam a
família prometendo voltar no ano seguinte.
São realizadas nove novenas, com quermesses e,
no dia da festa, missa solene, culminando com a
procissão em louvor ao Divino Espírito Santo.
Paranaguá
Neste município, a tradição havia sido
abandonada por volta da década de 1950, mas, em
1997, a comunidade da Ilha dos Valadares iniciou
um trabalho de resgate, que reincluiu a Festa do
Divino no calendário de eventos da cidade.
Em sua representação, a romana, composta de
cantores, tocadores e membros da comunidade,
visita as casas com Bandeiras do Divino,
cantando, rezando, levando as bênçãos do Divino
e arrecadando dinheiro para a festa, realizada
cinqüenta dias após a Páscoa.
Ponta Grossa
A Casa do Divino foi fundada em Ponta Grossa em
1882, pela família de Maria Xavier.
Conta-se que ela sofria de problemas mentais que
a levaram à amnésia. Em meados de junho de 1882
ela desapareceu. A lenda diz que, às margens de
um córrego, no interior de uma fazenda (Carambeí),
perdida, encontrou o símbolo do Divino Espírito
Santo. Naquele momento recuperou a memória,
recordando seu nome. Ao retornar para casa, a
família ergueu na sala principal um altar para
adoração do Divino. Maria Xavier nunca mais teve
problemas de saúde. O milagre espalhou-se, tendo
início as peregrinações à sala, que Lídia Xavier
Hoffmann chamou de “Santuário da Graça”.
A festa inicialmente foi comemorada de 1882 a
1910. Desde 2003, a população da cidade voltou a
celebrar o Divino. As festividades têm início
quando os “festeiros do Divino” percorrem as
casas com bandeiras e o estandarte do Divino,
convidando a comunidade para participar do
evento. São realizadas novenas, apresentações de
bandas com músicas religiosas, procissão das
bandeiras, Missa de Pentecostes e outras
atividades.
Tibagi
Realiza-se a festa do Divino há muitos anos no
município e região. Como nas demais regiões do
Paraná, a festa tem grande repercussão social.