Igreja do Divino Espírito Santo

Rua Frei Caneca 1.047 – Bela Vista (São Paulo - SP)vitral: 'línguas de fogo'

 

 

 

De um exame dos primeiros livros de Atas da ‘Irmandade do Divino Espírito Santo’ é possível colher elementos para determinar a história deste lugar, inclusive antes da criação da Paróquia.

Em 25 de janeiro de 1903, já existindo uma modesta capela, reuniu-se uma Comissão de Festeiros do Divino Espírito Santo da ‘Bella Cintra’ para a criação de uma Irmandade que recebesse da viúva de Mariano Antonio Vieira a escritura do terreno onde se encontrava edificada a Capela.

Sendo já tradicionais os festejos do Divino, de acordo com os rituais e tradições trazidos de Portugal, a idéia desse grupo, formado em sua maioria por portugueses e filhos de portugueses, logo se espalhou. A criação da Irmandade efetivou-se em 18 de junho do mesmo ano, devendo ter sua sede na Capela já existente no Bairro da Bela Cintra, Freguesia da Consolação, sendo encarregado da elaboração do ‘compromisso que a deve regê-la’ o farmacêutico Castro Pereira.

A instalação da Irmandade, já com estatutos aprovados e muitas adesões, teve que ser adiada, em virtude do falecimento do Papa Leão XIII. Na Assembléia para a eleição do Primeiro Conselho Administrativo foi outorgado o título de Irmã Benfeitora a Dona Maria Isabel Paim Vieira, sendo o mesmo título conferido ao Comendador José Coelho Pamplona e a Mariano Paim Vieira.

A primeira obra empreendida pela Irmandade, com fundos arrecadados por ocasião da Festa do Divino e posteriormente por uma comissão angariadora de donativos, foi a construção de uma nova Capela. A idéia inicial do esboço é a de uma ‘construção moderna’, tendo a torre no centro e medindo vinte metros de comprimento por dez de largura. A 19 de fevereiro de 1905 o Cônego Antonio Pereira Reimão procedeu à benção da pedra fundamental da nova Igreja. A construção foi lentamente custeada pela contribuição dos irmãos, donativos e resultados da Festa do Divino.

Em 1908, o Bispo de São Paulo, pretendendo subdividir a Freguesia da Consolação para criar uma nova Freguesia, solicitou à Irmandade do Divino Espírito Santo a cessão de seus direitos na Capela. Por votação de 42 votos contra 14 deliberou-se ceder a Capela ‘a fim de ser canonicamente ereta a nova Freguezia do Divino Espírito Santo da Bella Cintra’.

No dia 30 de outubro de 1908, o Cônego João Evangelista Pereira de Barros, vigário da Paróquia de Santa Efigênia, leu um decreto do Reverendíssimo Arcebispo Metropolitano, no qual elevava à categoria de Paróquia esta Capela, e nomeava seu primeiro Vigário, o Padre, e depois Cônego, Aldoniro Alfredo Kraus que permaneceu até 1931. Nessa data o pároco celebrou a primeira missa na nova Paróquia.

Atualmente seu pároco é o Pe. Lucas Pontel.

IRMANDADE DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
Uma comovente história de fé que
deu Origem a devocão ao Espírito Santo e
a fundacão da Irmandade

Essa devoção secular ao Espírito Santo foi-nos trazida pelos portugueses açorianos que, por influência da Rainha D. Izabel, no século XIV, passaram a cultuar com grande fervor o Divino Paráclito.
A Rainha, casada com D. Diniz, Rei de Portugal, com sua grande fé, recebeu inúmeras graças e se propos a divulgar a devoção do Divino Espírito Santo, por todo o Reino.
Por duas vezes, teve D. Izabel que intervir como mediadora da paz, entre seu filho e seu real esposo, pelos interesses e desavenças políticas que cada dia mais os separava . Em uma dessas ocasiões a Rainha teve notícias de que seu filho, o príncipe D. Affonso, estendia seus exércitos para combater as tropas reais.
Então, a Rainha, dominada por uma inspiração divina, colocou sua coroa régia sobre o altar do Santo Paráclito e partiu para o Campo de Alvalade, onde encontrou os exércitos em linha de combate. Em lágrimas, D. Izabel dirigiu-se ao filho, pedindo-lhe que não fosse rebelde contra seu pai e rei, que não se esquecesse das promessas solenes feitas a Deus e das quais, ela se sentia Fiadora. O príncipe, absorto e estático de comoção e enternecido pelos conselhos maternos, de súbito, abandonou seu exército e foi prostar-se aos pés de seu pai e rei, beijando-lhe as mãos e pedindo perdão por sua desobediência.

Como esta, muitas outras foram as graças alcançadas pela Rainha. Ela, pela sua grande devoção e fé, conseguiu transmitir a todo o Reino de Portugal e colônias essa extraordinária devoção ao Divino Espírito Santo e, foi assim, pelos nossos irmãos açorianos que chegou até nós essa fé que fez com que a Irmandade do Divino Espírito Santo esteja sempre viva, propagando e adorando seu padroeiro, que continua derramando inúmeras graças a todos os seus devotos.

IRMANDADE DO DIVINO ESPÍRITO SANTO

Nasceu a reunião dos devotos do Espírito Santo por um testemunho de fé de D. Francisca Candida Borges Paim, portuguesa dos Açores - Ilha Terceira, casada com o Sr. José Paim, radicados no Rio de Janeiro.
Após uma graça recebida e testemunhada, D. Francisca reconheceu-se devedora da prometida novena de Ação de Graças ao seu poderoso protetor.

Por volta de 1880, José Paim e sua família transferiram-se para São Paulo,
instalando-se no bairro de Bela Cintra, à Rua Frei Caneca, numa casa própria, quase fronteira à Rua S. Miguel.
Foi uma família sumamente estimada por todos os moradores do lugar, primeira moradora da atual Rua Frei Caneca.
No dia
04 de Agosto de 1881, finalmente D. Francisca com a colaboração de seu marido teve condições de cumprir o voto prometido, para isso convidou à sua casa todos os moradores da redondeza, na maioria açorianos, povo particularmente devoto do Divino Espírito Santo.
Nesse dia
iniciou-se a Novena cuja presença e devoção dos amigos e convidados foi notável e imensamente alegre.
Esse dia foi tão marcante que despertou nos patrícios e amigos o desejo de se repetir todos os anos a Novena.
Daí em diante a Novena tomou vulto e a casa do casal Paim tornou-se pequena para acomodar tantos devotos. Foi então que cogitaram em
construir uma Capelinha.
Numa das reuniões encontrava-se o grande benemérito
Sr. Mariano Antonio Vieira, casado com D. Maria Isabel Paim Vieira, genro de José Paim e Francisca Candida, o qual doou o terreno onde se encontra hoje a Igreja do Divino Espírito Santo.
A Capela foi
inaugurada com a benção do Cônego Eugênio Leite, vigário da Consolação, no dia 26 de Agosto de 1887.
Como a devoção ao Espírito Santo crescia cada vez mais, resolveram construir um templo cuja pedra fundamental foi lançada no dia 19/02/1905.

A Irmandade do Divino Espírito Santo, que neste século vem se reunindo a cada 3° Domingo do mês, é uma entidade constituida juridicamente, portadora de um estatuto registrado em Cartório.

É dirigida por uma mesa administrativa, um Conselho que tem por finalidade principal orientar os novos que pretendem ingressar na Irmandade e a assistência eclesiástica do pároco da Igreja do Espírito Santo

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