Estado do Amapá
OS KARIPUNA
A
maior parte da população indígena que atualmente se define como Karipuna
encontra-se nas margens do rio Curipi, principalmente no seu baixo e médio
curso, na Área Indígena do Uaçá. Além das quatro aldeias
maiores e principais, Manga, Espírito Santo, Santa Isabel
e Açaizal, existem várias localidades residenciais dispersas ao longo do rio
Curipi: Zacarias, Inglês, Mahipá, Txipidon, Paxiubal, Bastião, Campinho,
Kutiti, Tauahu, Xato, Bovis, Taminã e Japim. Apesar da dispersão, cada uma
dessas localidades reconhece sua conexão com uma das quatro aldeias maiores.
Na BR-156, que liga as cidades de Oiapoque e Macapá, estão localizadas mais três
aldeias Karipuna: a aldeia Piquiá, no Km 40, a aldeia Curipi, no Km 50, e a
aldeia Estrela no Km 70. Esta estrada corta a área indígena do Uaçá
justamente na região das cabeceiras dos rios Uaçá, Curipi, afluentes e da
zona de reservas faunísticas, onde são realizadas expedições de caça e
coleta de frutas silvestres e de onde se retira a madeira para construção de
casas, barcos e canoas. Esta região sempre foi vítima de caça e pesca predatória,
e com a abertura da BR-156 o acesso de invasores ficou ainda mais fácil.
Há ainda, mais duas aldeias Karipuna situadas no rio Oiapoque: Ariramba,
situada dentro da Área Indígena Galibi e, Kunanã, localizada na Área Indígena
do Juminã.
A paisagem natural dessas reservas é caracterizada pela presença de uma
extensa bacia hidrográfica constituída pelos rios Oiapoque, Curipi, Urukauá,
Uaçá e Cassiporé. Com exceção do rio Oiapoque, cuja nascente está fora e
distante das reservas indígenas, a paisagem que caracteriza os alto e médio
cursos dos demais rios é a florsta tropical de terra firme, de onde provém a
madeira e a caça de que precisam esses povos.
As agências que atuam entre os Karipuna, que atualmente contam 1.656 pessoas
(Funai 1998), são a Funai, o Cimi e a FNS.
Texto de Edgar Rodrigues
edgaramapa@bol.com.br
Os índios Karipuna festejam a
festa do Divino Espírito Santo.
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