O
CAMPO DE SANTANA
(Extraído
do
Livro O Império do Divino de Martha Abreu.)
Segundo a Prof Martha Abreu, o Campo de Santana era, até
o século XVIII, o "campo da cidade", uma
vasta região que cercava a vila para além da rua da
Vala (atual Uruguaiana) e onde os moradores largavam o
gado para pastar. Este nome era devido à capela que lá
existia, construída pela irmandade dos
"pretos", segundo a mesma autora. "Até
aquela época,então, o Campo não passava de um imenso
espaço livre, descampado, repleto de brejos e pântanos,
apenas cortado pela trilha que chegava até o engenho
dos jesuítas".
O
Campo
só passou a ser conhecido com o nome atual, a partir da
construção da capela erigida para homenagear Senhora
Santana, mãe de Nossa Senhora.
"Até meados do século XVIII, as construções
mais avançadas, em termos de ocupação, eram as
igrejas de São domingos, Santana, Lampadosa e Santa
Efigênia."
No final desse século XVIII, segundo a autora,
principalmente, durante a administração do Conde de
Resende (D. José Luís de Castro, 1790-1801), a situação
do campo se modificou. Com obras de drenagem,
aterramento completo, retalhamento das chácaras e a
abertura de arruamento, garantiu-se o acesso ao local,
antes freqüentado apenas por negros e pardos. "A
seguir, com a continuidade dos aterros, abriram-se
novas ruas e completou-se o caminho que garantiria a
ocupação da chamada cidade nova." Assim, as
atuais ruas dos Arcos, Lavradio, Inválidos, Resende,
Visconde do Rio Branco e Santana foram surgindo e
aumentando a cidade.
Ainda, segundo a autora, com a doação do casal Da.
Emerenciana Dantas de Castro e Manuel José Martins Gil
de uma nesga da chácara dos Cajueiros para a irmandade
do Divino Espírito Santo da igreja de Santana, foi
construído o "império". "Este império
foi destruído na segunda década do século XIX para a
construção de um quartel, ..."
A irmandade de Santana passou, então, a construir todos
os anos um império provisório para a festa do Divino.
Com a chegada de D. João VI e nos anos seguintes, o
campo de Santana acabou se constituindo no local onde
eram realizadas as grandes solenidades, que antes eram
realizadas no Paço colonial e imperial, hoje praça
Quinze.
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