A Festa do Divino em Valença do Piauí

Antonio José Pereira da Silva Mambenga

Prof. De História – Valença do Piauí

 

A festa do Divino,

Damos esta divulgação

Celebra-se em Valença

Com bastante devoção.

 

Feliz quem participa

Seu ritual na Igreja

Fazendo preces, pedidos

Ao Divino festeja.

 

Certo, Ele abençoa

Dá graças, força e poder;

Ampara e bem protege

O Filho que n’Ele crer.

 

Pedro Costa

 

É a festa de Pentecostes. Em Valença do Piauí, é um momento em que a irmandade na fé se junta para o louvor a DEUS e para o congraçamento familiar e comunitário.

A festa do Divino Espírito Santo é originalmente européia. Segundo alguns estudiosos portugueses, é oriunda da Alemanha, introduzida em Alenquer, Portugal graças à iniciativa da Rainha Isabel.

Para muitos historiadores, a introdução da Festa do Divino Espírito Santo no Brasil, ocorreu para o Estado de São Paulo, por volta do século XVI.

Sabe-se portanto, que por aqui se aclimatou a festa do Divino. E como o Brasil, nos fins do século XVIII, ainda era colônia, mas de há muito já existia, nas nascentes vilas e freguesias, um Império... o do Divino, erigido por ocasiões das festas que lembravam a descida do Espírito Santo – o Paráclito. E como as cidades brasileiras, em geral nasceram ao redor da Igreja, o sentimento religioso era bastante fervoroso  nessa e noutras festas católicas.

À paróquia pertencia a coroa de prata, uma vez que a de ouro era propriedade de metrópole que somente o rei usava. Essa coroa de prata, anualmente era sorteada para coroar o imperador ou a imperatriz do Divino, isto é, o festeiro, pessoa que tomaria o encargo da realização da festa.

Em Valença do Piauí, a festa é secular, remota ao século XX; todavia a falta de documentos escritos nos impede de informações mais objetivas. Mesmo assim nos apegamos à oralidade onde podemos constatar que a festa do Divino em Valença do Piauí herdou a mesma conotação de outras cidades piauienses, mais especificamente Oeiras-Piauí, que, por sua vez, seguiu exemplo de outras regiões do país. Porém com o passar dos tempos, a Festa do Divino adaptou-se à realidade scial e pecuniária de sua realeza local pondo em evidência o apego e a fé depositada no Divino Espírito Santo como mediador entre a vida material e a espiritual de cada um, como disse Arani Ahnert Pieri (15:75): “O primeiro Dom do amor é o próprio amor. Todos os outros emanam desse Dom do amor divino é o Espírito Santo. Amar-nos e conceder-nos o seu Espírito é, para Deus, a mesma coisa; e, através desse Dom supremo, ele nos dá todos os dons de sua munificência. Através do Dom, que é o Espírito Santo”.

 

BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO, Alceu Maynard, Festa – Bailados, Mitos e Lendas – 2ª Ed. SP – 1964.

PIERI, Arani Ahnert, O Divino Espírito Santo em nossa vida, Ed. Paulinas, SP – 1975.