Festa do Divino Espírito Santo

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A celebração do Divino Espírito Santo, como festa popular de cunho religioso, tem sua origem no catolicismo português. Relatos de Portugal contam que a rainha Isabel e seu marido Dom Diniz teriam feito no século XIV uma promessa de alimentar os famintos e oferecer a sua coroa ao Divino Espírito Santo em troca de paz. Nessa época, Portugal e Espanha travavam uma guerra de quase cem anos. O objetivo foi alcançado e a promessa cumprida. Dessa forma teve início a devoção ao Divino Espírito Santo, que se difundiu em solo português e chegou ao Brasil no século XVI.

A rigor, a festa do Divino deveria coincidir com o Domingo de Pentecostes, no calendário católico, que ocorre aproximadamente 50 dias após a Páscoa, ou seja, num prazo que compreenderia exatamente os 40 dias do giro da folia e o novenário.
No Brasil, no entanto, as folias têm datas variadas. No Tocantins vão de janeiro a julho, de acordo com as características de cada localidade. Essas festas são realizadas em várias cidades, com destaque para Monte do Carmo e Natividade. Em Monte do Carmo a celebração ao Divino Espírito Santo foi aproximada à época da festa da padroeira da cidade, passando a ter data fixa para a sua realização, dia 16 de julho. Natividade mantém a tradição da data móvel.

As folias do Divino anunciam a presença do Espírito Santo. As romarias conduzem a bandeira. O giro da folia representa as andanças de Jesus Cristo e seus 12 apóstolos durante 40 dias, levando a sua luz e a sua mensagem, convidando todos para a festa, a festa da hóstia consagrada.

Os foliões que representam os apóstolos andam em grupo de 12 ou mais homens, conduzidos pelo alferes, em jornada pelo sertão. Esse grupo percorre as casas dos lavradores, abençoando as famílias e unindo-as em torno da celebração da festa que se aproxima. Saem a cavalo pelas trilhas e estradas, quando chegam às fazendas para o pouso, alinham os cavalos no terreiro e cantam a licença, pedindo ritualmente acolhida. Durante o giro os foliões recolhem donativos para a festa.
 

Festa do Divino Espírito Santo

A celebração do Divino Espírito Santo, como festa popular de cunho religioso, tem sua origem no catolicismo português. Relatos de Portugal contam que a rainha Isabel e seu marido Dom Diniz teriam feito no século XIV uma promessa de alimentar os famintos e oferecer a sua coroa ao Divino Espírito Santo em troca de paz. Nessa época, Portugal e Espanha travavam uma guerra de quase cem anos. O objetivo foi alcançado e a promessa cumprida. Dessa forma teve início a devoção ao Divino Espírito Santo, que se difundiu em solo português e chegou ao Brasil no século XVI.

A rigor, a festa do Divino deveria coincidir com o Domingo de Pentecostes, no calendário católico, que ocorre aproximadamente 50 dias após a Páscoa, ou seja, num prazo que compreenderia exatamente os 40 dias do giro da folia e o novenário.

No Brasil, no entanto, as folias têm datas variadas. No Tocantins vão de janeiro a julho, de acordo com as características de cada localidade. Essas festas são realizadas em várias cidades, com destaque para Monte do Carmo e Natividade. Em Monte do Carmo a celebração ao Divino Espírito Santo foi aproximada à época da festa da padroeira da cidade, passando a ter data fixa para a sua realização, dia 16 de julho. Natividade mantém a tradição da data móvel.

As folias do Divino anunciam a presença do Espírito Santo. As romarias conduzem a bandeira. O giro da folia representa as andanças de Jesus Cristo e seus 12 apóstolos durante 40 dias, levando a sua luz e a sua mensagem, convidando todos para a festa, a festa da hóstia consagrada.

Os foliões que representam os apóstolos andam em grupo de 12 ou mais homens, conduzidos pelo alferes, em jornada pelo sertão. Esse grupo percorre as casas dos lavradores, abençoando as famílias e unindo-as em torno da celebração da festa que se aproxima. Saem a cavalo pelas trilhas e estradas, quando chegam às fazendas para o pouso, alinham os cavalos no terreiro e cantam a licença, pedindo ritualmente acolhida. Durante o giro os foliões recolhem donativos para a festa.

Cantos e rezas para homenagear três divindades
 
Auro Giuliano · Palmas (TO) · 22/7/2006 17:32 · 42 votos
 
 
 
koró

Os festejos de Monte do Carmo, localizado a 97 km de Palmas, se caracterizam por reunir três comemorações em uma só, onde se homenageia o Divino Espírito do Santo, e as duas santas, a Nossa Senhora do Carmo, a padroeira da cidade, e a Nossa Senhora do Rosário. O evento se iniciou na manhã do dia 16, por volta das 8h, quando aconteceu a missa de Solenidade de Nossa Senhora do Carmo, ministrada pelo pároco Edmilson Costa, onde milhares de pessoas estiveram reunidas na Praça da Matriz, ao lado da igreja que leva o nome da padroeira da cidade, onde foi montada a estrutura de som e palco do caminhão BR Arte e Cultura, especialmente para o evento.
Para a padroeira não tem festa, como explica a Secretária Municipal de Cultura, Marilda Amaral, segundo ela, as homenagens para a Nossa Senhora do Carmo se concentra através de novenas e leilões de oferendas doados pela comunidade.

Solenidade do Divino

Logo após a missa, um grupo de mulheres, acompanhadas por alguns homens, que as seguem tocando instrumentos de folia, e um alferes – que carrega a bandeira da misericórdia - saíram da igreja em cortejo pela cidade, tratava-se da folia das mulheres, a única participação feminina dentro da folia e que acontece apenas nesse dia, ao contrario da folia tradicional que realiza o giro de 30 dias. O cortejo das mulheres é o ponto inicial para a solenidade do Divino Espírito dentro dos festejos do Carmo.
As “foliãs”, termo utilizado pela comunidade local, seguiram para chamada casa da festa, onde funciona a Casa de Cultura Padre Alano Soares, onde foi oferecido um café da manhã aos presentes, e logo após a folia das mulheres, que saíram pelas ruas da cidade, visitando as casas, com seus cantos e ladainhas colhendo donativos para festa do Divino.
Logo em seguida a saída das mulheres da casa da festa, foi a vez da folia tradicional entrar em cena, eles realizaram o canto do imperador, e logo após os foliões também saíram pelas ruas da cidade, entrando nas casas que desejam ser recebidas pela bandeira, fazendo seus cantos e as rezas, e colhendo donativos.
O giro pela cidade, tanto da folia tradicional quanto da folia das mulheres, seguiu até o final da tarde, havendo um intervalo em seguida, para organizar os últimos preparativos para a coroação do novo imperador.

Coroação do Imperador

Na noite do mesmo dia, o Imperador a ser coroado, Willian Cândido Martins, saiu da casa da festa, sendo conduzido pelos três alferes, os das bandeiras do Divino das folias de cima, a de baixo e o da Bandeira da Misericórdia, da folia das mulheres e seguiu em cortejo, acompanhados pelos foliões e por pessoas da comunidade e visitantes que conduziam velas confeccionadas com cera de abelha, em direção à casa do imperador do ano passado, Daniel Carvalho dos Santos. Juntos o Imperador do ano passado e o a ser coroado, seguem em cortejo até a Praça da matriz, onde estavam sendo aguardados pelo pároco da igreja.
O padre após recebê-los transmite a coroa, o cetro e o manto, os símbolos de poder e autoridade, para o novo imperador, realizando assim a sua coroação. Em seguida o pároco dá inicio a Santa Missa em solenidade ao Divino do Espírito do Santo. Finalizando a Missa, o novo Imperador, juntamente com o antigo, o pároco e autoridades locais seguiram para a casa da festa onde foi oferecido um café com bolos pelo novo Imperador.
Para o Prefeito Municipal, Condocert Cavalcante Filho, os festejos de Monte do Carmo é uma tradição que foi mantida ate os dias de hoje e é preciso ser preservada, ele afirma ainda, que com a participação maior da prefeitura, foi possível melhorar a estrutura para festa, e somando ao apoio da Fundação Cultural do Tocantins está sendo possível realizar um evento muito maior do que realizada nos anos interiores.
Os festejos do Carmo prosseguiram no dia 17, às 8h com a Santa Missa do Divino Espírito Santo.

Culinária Típica

Umas das principais características da festa é a fartura de comida, principalmente os bolos, ricos em diversidades. No café oferecido pelo imperador, foi possível ser apreciados o “amor perfeito”, as pipocas (petas), “trovão”, o bolo de arroz, que são preparados em formas e em palhas de bananeiras, o bolo de puba, o “dourado”, o biscoito de coco, o biscoito de queijo, o “pé rachado”, e o bolo de mãe, os dos mais procurados na festa, um bolo a base de polvilho, ovos, óleo quente e fermento de arroz, muito saboroso e que a maneira de seu preparo é um grande segredo mantido pelas “boleiras”, que a moradora, dona Umbelina Gomes afirma que apenas com amor de mãe se consegue fazer.

Nossa senhora do Rosário, a santa negra

As solenidades de Nossa Senhora do Rosário, cuja data de celebração é em outubro, tem uma importante presença nos festejos de Monte do Carmo, sempre iniciando após o encerramento da Missa do Divino Espírito Santo, que foi realizada na manha do dia 17. O marco inicial desta festa é a caçada da rainha, que aconteceu no período da tarde do mesmo dia, que mesmo debaixo de um sol escaldante e muito calor, reuniu milhares de pessoas, que acompanharam com muita animação, cantando e dançado, no ritmo da sússia e ao som dos tambores, o cortejo da futura rainha e sua corte, rumo ao seu acampamento, chamado de “botequim”, localizado na periferia da cidade.
Sobre a origem dessa caçada, muitas teorias se misturam, onde de acordo com o professor de geografia da UFT – universidade Federal do Tocantins, Elizeu Lira, que acompanha os festejo há muitos anos, existe uma junção entre a rainha branca e a rainha negra, que segundo ele, no continente africano eram realizadas essas caçadas. A pesquisadora Elvanir Matos Gomes, explica que a caçada pode ter como referencia também a nobreza européia, que saia com sua corte, para esse tipo de evento, que era tido como diversão.
A secretária de cultura do município, Marilda Amaral, ressalta sobre mito existente na cidade, com a imagem de Nossa senhora do Rosário, de onde pode ter surgido essa tradição, onde ela explica que de acordo com a lenda, a imagem foi encontrada por escravos e trazida para a cidade, que posta na igreja, ela desaparecia no dia seguinte, e era encontrada no local onde tinha sido achada. E esse fenômeno foi se repetindo, até que um cortejo foi realizado com muita dança e ao som dos tambores, o que encerrou a série de desaparecimentos.
A caçada terminou no fim da tarde, com o retorno da futura rainha a sua casa (Casa da Rainha). O presidente da Fundação Cultural do Tocantins, Júlio César Machado, estava presente prestigiando a festa.

Os Caretas

Com disfarces grotescos, e satíricos para ocultar a sua identidade, os caretas são figuras marcantes durante a caçada da rainha, onde armados com seus cipós, eles aparecem fazendo a festa, assustando e divertindo as crianças e os adultos. Onde segundo Elvanir Matos, seria uma referencia aos bobos da corte, presentes na realeza européia, no entanto, Elizeu Lira, ressalta também a questão do “revide”, escravos fantasiados, que aproveitava do disfarce para bater nas crianças brancas, filhas dos seus malfeitores.


Coroação


Ao cair da noite, por volta das 20h30, A futura rainha, Liduina Pereira Negry Barbosa, ao lado do Futuro rei, Héder Luiz Almeida Pereira, sai em cortejo, em direção a Igreja Nossa Senhora do Carmo, acompanhados do rei e rainha do ano passado, Joaquim Maia, e Maria Manduca Ayres leal, respectivamente. Chegando ao local do evento, uma estrutura montada no palco do Caminhão BR – Arte e Cultura, ao lado da igreja, o cortejo foi recebido pelo padre Edmilson Costa, que realizou a coroação do novo rei e rainha, repassando a eles a coroa, o certo e o manto. Acontecendo logo em seguida a Santa Missa, em solenidade a Nossa Senhora do Rosário, a protetora dos pobres e negros.
Ao termino da Missa, a nova rainha acompanhada do novo rei saíram em cortejo de volta à casa da rainha, onde foi oferecido um café e uma grande diversidade de bolos, aos presentes.


Encerramento


Na manhã seguinte, no dia 18, a rainha acompanhada do rei, saiu em cortejo acompanhados pelos congos; grupo folclórico que representa a guarda da rainha, e segue uma hierarquia, onde o mestre dos gongos, de vestimenta vermelha e branca e de coroa dourada, é quem dita as regras e deve ser respeitado, os demais congos estavavam usando as vestimentas azul e branca, e verde e branca; e as taieiras, as dançarinas do rei, que com suas roupas coloridas, seguem dançando ao ritmo da sússia. Cortejo seguiu até o palco onde foi realizada a Missa para Nossa Senhora do Rosário. Ao termino da Missão, o Cortejo seguiu de volta a casa da rainha, mas dessa vez acompanhado pelos tambores, onde uma mesa farta de bolos da região esperava os festeiros, finalizando assim os festejos do Carmo de 2006.

Solidariedade

A grande marca dos festejos do Carmo e sem duvida a solidariedade e dedicação de sua comunidade para a realização da festa, há uma grande preocupação com a preservação da cultura e em repassá-la para os mais jovens. Segundo a primeira dama do município, Rita de Cássia Marques, maior da festa é a solidariedade, a importante participação da comunidade, e a preocupação com a continuidade, um trabalho que visa preservar a cultura local. A estudante do primeiro período de história da UFT – Universidade Federal do Tocantins, Valdenice Salazar, que acompanhava a festa, participando de uma aula de campo da disciplina de antropologia, se mostrou surpresa com a dedicação e entrosamento do povo carmelitano, “todo mundo participando com um mesmo objetivo, é muito surpreendente a mobilização da população em volta da festa”, ressalta. Júlio César Machado, chama a atenção para a grande participação dos jovens, o respeito que eles demonstram com a sua cultura, “isso é uma demonstração da verdadeira cultura tocantinense, que merece todo o nosso apoio” frisa.

 

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