192ª Festa do
Divino de Pirenópolis
O
sagrado e o profano; a realeza e o popular; a diversidade e
a singularidade.
A
Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, considerada
uma das mais expressivas celebrações do Espírito Santo no
país, pelo grande número de rituais, personagens e
componentes, como as Cavalhadas de mouros e cristãos e os
Mascarados montados a cavalo, vem sendo realizada anualmente
desde 1819. Os rituais têm início na Páscoa e seguem até o
domingo seguinte ao feriado de Corpus Christi, o clímax da
Festa se dá no Domingo de Pentecostes ou do Divino,
cinqüenta dias após a Páscoa, com as Cavalhadas.
Enraizada no cotidiano dos
pirenopolinos, a Festa do Divino Espírito Santo de
Pirenópolis é a mais rica expressão da religiosidade popular
da cidade, determinando padrões de sociabilidade,
consolidando-se como elemento fundamental de sua identidade
cultural, onde os moradores se dedicam e se preparam ao
longo de um ano inteiro para festejar e participar desta
celebração histórica, considerada seu maior bem cultural.
As festas de santos, de
devoção religiosa cristã e como expressão da cultura
popular, foram trazidas por jesuítas e colonos açorianos e
se popularizaram por todo o país. Aqui, se fundiram aos
cultos de matriz africana, às crenças religiosas indígenas e
encontraram a celebração judaica de Pentecostes ou Domingo
do Divino.
Desde sua origem em Portugal,
a figura mais importante da Festa do Divino é a do
Imperador, escolhido a cada ano por sorteio entre os homens
ou meninos da sociedade, atualmente independe de classe
social. O Imperador, a quem cabe toda a responsabilidade de
promover e cuidar para que tudo se realize com ordem,
incentivando, angariando fundos e mobilizando a população
nos afazeres da festa, tem como principais atributos a
generosidade, a hospitalidade e a distinção.
Vários ritos em uma mesma
festa, com destaque para três grandes fases: As Folias, O
Império e As Cavalhadas. As diferentes manifestações mesclam
festejos religiosos e profanos, como Folias na roça e na
cidade, Alvoradas com as bandas de Couro e de música
Phoenix, grupo de Congado, Repique de Sinos e descarga de
Roqueiras, Missas, apresentação de grupos de Tradições
Regionais, Procissões, Novenas, cortejos do Imperador,
Reinados e Juizados, a peça teatral “As Pastorinhas” e as
tradicionais Cavalhadas.
O costume de se homenagear o
Divino Espírito Santo vem do tempo do Brasil Colônia, sendo
encontrado em várias cidades por todo o país, principalmente
naquelas onde a mineração, somada a mão de obra de índios e
de escravos. Em Goiás, as festas foram se difundindo a
medida que a Igreja ia ocupando espaço nos arraiais
emergentes em função das descobertas auríferas, a partir do
século XVIII.
O símbolo da festa é uma
mandala de fogo com uma pomba branca ao centro. A pomba
significa o Divino Espírito Santo e a mandala de fogo o
momento em que o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos, a
Pentecostes. As cores da festa, branco e vermelho,
significam paz e o sangue de Jesus.
A Festa do Divino chega ao
seu final com As Cavalhadas, que têm início na manhã do
domingo de Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa, e vão
até terça-feira à noite. Num autêntico quadro vivo, As
Cavalhadas evocam batalhas medievais entre mouros e cristãos
em uma complexa encenação equestre em honra do Imperador e
do Espírito Santo: De um lado, vestindo azul, o rei
cristão: Carlos Magno e os doze pares da França; do outro, o
rei mouro, o Sultão da Mauritânia, com seu "exército de
infiéis" trajando vermelho. As Cavalhadas chegam aos seu
final quando critãos e mouros, já batizados, rezam ao Divino
e descarregão suas armas, encerrando o Império.
Anunciando a abertura das
Cavalhadas pelas ruas da cidade, no sábado, bem como
durante, no intervalo das encenações, Os Mascarados, ou
Curucucus, dão um ar brincalhão a festa fazendo algazarras
com suas roupas extravagantes e máscaras enfeitadas, tanto a
cavalo, também enfeitados, como a pé, numa manifestação de
alegria e uma maneira de espantar os maus espíritos. Os
Mascarados estão presentes em todas as cavalhadas realizadas
no Brasil, quanto à origem: acredita-se ser africana, porém,
a máscara de boi é típica de Pirenópolis.
Quando se torna uma
Festa só para os pirenopolinos
Apesar de por quatro finais
de semana consecutivos haver um maior número de pessoas na
cidade para assistir aos diversos festejos dessa complexa
festa, o grande momento que a cidade se abre para o mundo é
o fim de semana em que ocorre o ritual do Império e se
iniciam as Cavalhadas, que apesar de ter a duração de três
dias (domingo, segunda e terça), na segunda e na terça a
cidade se esvazia, transformando a Festa numa comemoração
doméstica, já que esses dias são feriados municipais e os
turistas retornam aos seus compromissos em suas cidades de
origem.
Realização: Prefeitura
Municipal de Pirenópolis
Patrocínios: Ministério do Turismo; Governo do Estado de
Goiás; Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional – Iphan, Banco Itaú.
Coordenação: Secretaria Municipal de Cultura e Paróquia
Nossa Senhora do Rosário.
Apoios: Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia
Civil.
Iphan elegeu a festa
em Pirenópolis como patrimônio cultural brasileiro
Todos os rituais da festa
foram apresentados ao Conselho Consultivo do Patrimônio
Cultural, que se reuniu no dia 15 de abril no Rio de
Janeiro, com a proposta do Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional – Iphan para registrar a Festa do
Divino Espírito Santo de Pirenópolis como patrimônio
cultural nacional. Depois do Círio de Nossa Senhora de
Nazaré, em Belém do Pará, em outubro de 2005, a Festa do
Divino Espírito Santo de Pirenópolis é a primeira
manifestação religiosa encaminhada à análise do Conselho
Consultivo e registrada como Patrimônio Cultural Brasileiro,
com inscrição no Livro das Celebrações.
Iphan - Assessoria de
comunicação
Adélia Soares –
adelia.soares@iphan.gov.br Este endereço de e-mail está protegido
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(61) 2024-6187 / 3326-6864
PROGRAMAÇÃO
FESTA DO DIVINO
ESPÍRITO SANTO e
CAVALHADAS de
PIRENÓPOLIS/GOIÁS
192º Imperador: Raimundo
José Miranda de Sousa
30 de abril,
sexta-feira
Saída da Folia do Divino
Espírito Santo (Renovação Cristã)
7 de maio,
sexta-feira
Saída da Tradicional Folia do
Divino Espírito Santo da Zona Rural e Urbana
9 de maio,
sexta-feira
Chegada da Folia do Divino
Espírito Santo (Renovação Cristã)
14 de maio,
sexta-feira
4h – Alvorada com a Banda de
Couro.
5h – Alvorada com a Banda de
Música Phoenix.
12h – Repique de sinos,
descarga de roqueiras e tocata da banda de Fênix, ao lado da
Igreja Matriz.
19h – Missa e início da
novena do Divino Espírito Santo, seguida da benção do
Santíssimo Sacramento, com a participação da Orquestra e
Coral Nossa Senhora do Rosário. Após a Novena, tocata com a
banda de couro próximo à Igreja Matriz e principais ruas da
cidade.
15 de maio, sábado
4h – Alvorada com a banda de
couro, descarga de roqueiras.
12h – Repique de sinos e
descarga de roqueiras.
19h – Missa e 2º dia de
novena do Divino Espírito Santo.
22h – Apresentação de grupos
folclóricos na residência do Imperador.
16 de maio, domingo
4h – Alvorada com a Banda de
Couro, descarga de roqueiras.
12h – Repique de sino e
descarga de roqueiras.
15h – Chegada da Tradicional
Folia da cidade e zona rural com desfile pelas ruas,
encontrando na casa do Imperador.
19h – Missa e 3º dia de
Novena do Divino Espírito Santo na Igreja Matriz seguida de
procissão até a Igreja do Bonfim, levando as bandeiras de
São Benedito e de Nossa Senhora do Rosário, para
levantamento de mastro, queimas de fogos e fogueiras,
acompanhada pela Banda de Couro.
17 de maio,
segunda-feira
4h – Alvorada com a Banda de
Couro.
12h – Repique de sinos e
descarga de roqueiras.
19h – Missa e 4º dia de
Novena do Divino Espírito Santo, seguida da Benção do
Santíssimo Sacramento, tocata com a Banda de Couro ao lado
da Igreja Matriz.
18 de maio,
terça-feira
4h – Alvorada com a Banda de
Couro.
12h – Repique de sinos e
descarga de roqueiras
19h – Missa e 5º dia de
Novena do Divino Espírito Santo, seguida da Benção do
Santíssimo Sacramento, tocata com a Banda de Couro ao lado
da Igreja Matriz.
19 de maio,
quarta-feira
4h – Alvorada com a Banda de
Couro.
12h – Repique de sinos e
descarga de roqueiras.
19h – Missa e 6º dia de
Novena do Divino Espírito Santo, seguida da benção do
Santíssimo Sacramento, tocata com a Banda de Couro ao lado
da Igreja Matriz.
20 de maio,
quinta-feira
4h – Alvorada com a Banda de
Couro.
12h – Repique de sinos e
descarga de roqueiras.
17h – Entrega de lanças pelos
Cavaleiros das Cavalhadas ao Imperados do Divino Espírito
Santo, em sua casa.
19h – Missa e 7º dia de
novena do Divino Espírito Santo, seguida de benção do
Santíssimo Sacramento, tocata com a banda de couro ao lado
da Igreja Matriz.
21 de maio,
sexta-feira
4h – Alvorada com a Banda de
Couro.
12h – Repique de sinos e
descarga de roqueiras.
19h – Missa e 8º dia de
Novena do Divino Espírito Santo, seguida da benção do
Santíssimo Sacramento, tocata com a banda de couro ao lado
da Igreja Matriz.
21h30 – Theatro de
Pirenópolis – encenação do Auto Natalino “As Pastorinhas”.
Produção e direção Ita e Alaor.
22 de maio, sábado
4h – Alvorada com a Banda de
Couro.
5h – Alvorada com a Banda de
Música Phoenix.
12h – Repique de sinos e
descarga de roqueiras, tocata da banda de Fênix, ao lado da
Igreja Matriz e saída dos mascarados pelas ruas da cidade.
17h – Lançamento do livro
CAVALHADAS NO LARGO – Autor: Adriano Curado
18h30 – Procissão com a
Bandeira do Divino Espírito Santo, seguida da benção à
Bandeira.
19h – Último dia de Novena do
Divino Espírito Santo, logo após procissão acompanhada pelos
Irmãos do Santíssimo Sacramento, levantamento do mastro e
cortejo com a Banda de Música Phoenix em direção a Beira –
Rio onde ocorre a tradicional queima de fogos de artifícios,
roqueiras, girândolas e etc.
21h – Teatro de Pirenópolis –
reprise do Auto Natalino “As Pastorinhas”.
23 de maio, domingo
4h – Alvorada com a Banda de
Couro.
5h – Alvorada com a Banda de
Música Phoenix, saindo da casa do Imperador.
8h – Cortejo Imperial. Saída
do Imperador ostentando a coroa e o cetro, de sua residência
até a Igreja Matriz, juntamente com seus familiares.
Acompanha o cortejo: virgens (meninas vestidas de branco), a
Banda de Música Phoenix, seguida por populares.
9h – Missa solene, cantada em
latim pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário de
Pirenópolis.
10h30 – Sorteio do novo
Imperador no consistório da Igreja Matriz.
11h – Cortejo levando o
Imperador até sua residência aonde serão distribuídas
Verônicas e Pãezinhos do Divino.
13h – Abertura das
tradicionais CAVALHADAS.
18h – Cortejo conduzindo o
Imperador de sua residência até a Igreja Matriz, acompanhado
pela Banda de Música Phoenix.
19h – Benção e posse do novo
Imperador.
21h – Teatro de Pirenópolis –
Encenação da Peça Teatral.
24 de maio,
segunda-feira
8h – Reinado de Nossa Senhora
do Rosário – cortejo conduzindo o Rei e Rainha de suas
residências até a Igreja do Bonfim acompanhados pela Banda
de Couro e o grupo de Congo.
9h – Missa na Igreja do
Bonfim.
10h – Cortejo conduzindo os
reis de volta às suas residências. Rei de Nossa Senhora do
Rosário – Miltom P. da Silva (Turiba) e Rainha Gina Gomes de
Araújo.
13h – Segundo dia de
CAVALHADAS (batismo dos mouros).
25 de maio,
terça-feira
8h – Juizado de São Benedito
– cortejo conduzindo os juízes de São Benedito até a Igreja
do Bonfim, acompanhados pela Banda de Couro e o grupo de
Congo.
9h – Missa cantada com
participação da orquestra e coral Nossa Senhora do Rosário.
10h – Cortejo conduzindo os
juízes de São Benedito até as suas residências, Juiz Mauro
de Pina e Juíza Benedita Nonato.
13h – Último dia de
CAVALHADAS (confraternização entre Mouros e
Cristãos). Após o espetáculo os Cavaleiros seguem até a
porta da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim para a oração
final de agradecimentos e a última salva de tiros.
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