Os Pousos
da Folia do Divino
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A
exemplo dos antigos monarcas, que saiam em
comitiva para angariar fundos para alimentar e
prover os pobres, a Folia do Divino ainda mantém
o mesmo caráter. Sendo uma das mais importantes
manifestações da Festa, a Folia é um giro pelas
residências particulares, tanto na zona rural,
fazendas, como pelas casas da cidade, de um
grupo de devotos foliões uniformizados (em 2006,
foram confeccionadas 280 camisas para a folia
rural) para levar, junto às duas bandeiras
vermelhas, que representam o Divino Espírito
Santo, as bênçãos do Divino e angariar esmolas
para a execução da Festa e ajudar os pobres.
Neste ano, a folia da roça, por 9 dias,
percorreu a zona rural visitando fazendas onde a
cada dia uma delas ofereciam espaço, água e
alimentação para os foliões. Foram, então 9
fazendas que ofereceram o pouso, chamados então
de Pouso de Folia. Obviamente, para alimentar
estas centenas de foliões e outros tantos que
acompanham a farra noturna, é necessário muita
comida. |
Na
Fazenda Santa Rita, do Sr. José Carlos Frota, um
dos pousos de menor monta, por se tratar de uma
terça-feira e por ser distante da cidade, foi
preparado alimentos para 2000 pessoas e
gastou-se cerca de 30 kg de arroz, 22 kg de
feijão, 3 caixas de mandioca, 4 caixas de
tomate, 4 sacos de repolho e 1 vaca inteira. O
cardápio foi arroz, feijão, macarrão com carne e
um nutritivo caldão, a famosa vaca-atolada, um
cozido de costela de vaca com mandioca.
O
serviço ficou por conta de Dona Elisa Gomes da
Silva e suas duas filhas. E como trabalha
essas moças. E tudo isso é oferecido a todos sem
cobrar nada. |
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Como os foliões chegam ao fim do dia e vão
embora ao dia seguinte após o almoço, lhes é
oferecida a janta, o café da manhã (pão com
manteiga, pão com carne, café e chá) e o almoço
do dia seguinte. Já na Fazenda Barbosa, do Sr.
José Eli Barbosa, foi feito no almoço para mais
de 2000 pessoas. Gastou–se cerca de 40 kg de
arroz, 300 litros de mandioca, 30 kg de feijão.
O cardápio foi arroz, feijão, caldão de mandioca
com carne, farofa com carne e salada de tomate.
No café da manhã foi oferecido canjica, quase
300 litros. Para a janta e o almoço, foram
sacrificadas 2 reses (bois). Os equipamentos da
cozinha eram 2 tachas de cobre de 300 litros, 1
de 250 e 1 de 200. Tudo movido a lenha.
Responsável por essa empreitada gastronômica foi a
Dona Rinalba com mais 5 ajudantes.
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