A LENDA DO DIVINO ESPÍRITO
SANTO
Conta a História que, quando o vento está forte e o mar
bravio e tenebroso, alguns pescadores ouvem ainda, pelas
ilhas e rochedos de Guaratuba, os gemidos tristes e
desesperados da alma dos companheiros que o mar tragou.
Diz a lenda que um velho pescador, enrijecido em lutas e
perigos, viu-se alta madrugada, sem rumo, envolto em trevas
pela queda brusca de forte cerração marítima.
Remava sem conta, na esperança de voltar à sua habitação,
não muito longe da costa. A terra entretanto parecia fugir,
à medida que avançava em distância para o alto mar. No seu
desespero rogou ao Divino Espírito Santo que o guiasse para
terra firme. Surpreso, distinguiu logo, brilhando ao longe,
um sinal luminoso, ainda apagado pela cerração, entre a
bruma cerrada.
Cansado, tratou prontamente de seguir na direção da LUZ,
certo de que o Divino atendera a sua súplica. Calculava que
fosse a sua segunda noite de agonia, perdido naquele mar
imenso. Unindo toda força de seu corpo, continuava remando
sem atingir terra e abrigo.
Com o alvorecer, mais brilhante do que uma estrela de ouro,
se fez aquela "Luz Salvadora". Pôde distinguir, então,
alguns rochedos ou a serrania da costa bem próxima. A luz
ali perto ainda estava a brilhar no fundo das águas. Mais
algumas remadas e sua embarcação roçava em baixios de areia.
FESTA DO DIVINO
Tradicional festa religiosa de Guaratuba, realizada na
segunda quinzena de julho. O evento reúne milhares de fiéis,
é previamente anunciada pelas Bandeiras do Divino Espírito
Santo (vermelha), e da Santíssima Trindade (branca), que
saem pelo interior do Município, sempre no dia 03 de maio,
dia de Santa Cruz, visitando todos os sítios e povoados,
acompanhados por quatro foliões com seus respectivos
instrumentos: viola, tambor e rabeca. Nos últimos dez dias
que antecedem a grande festa, os foliões percorrem toda a
área urbana da cidade também recebendo donativos.
No dia determinado os foliões são convocados para conduzir
as bandeiras ao altar da Igreja Matriz, acompanhados pelo
casal Festeiro Mor. As bandeiras permanecem no altar até o
final da Festa do Divino, encerrando-se shows de artistas de
renome, espetacular show pirotécnico e grande procissão com
a missa final que anuncia o casal festeiro do ano seguinte.
História
A Festa do Divino Espírito Santo é uma das festas mais
recorrentes em todos os calendários turísticos e sobre
festas que pude encontrar. Sua realização, contudo, parece
adquirir maior relevância em regiões de colonização mais
recente, como é o caso do Centro-Oeste brasileiro, onde
outras ela é a mais constante nos calendários das cidades.
Pouco se sabe sobre sua origem como evento no Brasil a não
ser que ela veio com os portugueses no período
colonial,quando era efusivamente comemorada. Segundo vários
autores ela foi sofrendo transformações paulatinas,
“decaindo” na preferência popular por alguns anos, devido,
talvez, ao empobrecimento das regiões onde se solidificaram
como forma de culto ao Espírito Santo, pois elas parecem ter
tido início, no Brasil, nas áreas de mineração do ouro, como
Minas Gerais e Goiás.
A respeito dos primeiros tempos da Festa do Divino no Brasil
e as formas elas quais teria sido levada à região central,
existem poucas e imprecisas informações, tanto nos vários
autores que dela trataram como também segundo alguns
moradores desta região. Acredita-se que o costume veio de
Portugal, trazido pelos missionários jesuítas e primeiros
colonos. E dizem que a festa estava já difundida em todo
país antes de chegar à região central.
Lenda do Divino Espírito Santo
Conta uma lenda, que um velho pescador, enrijecido pela luta
da vida e dos perigos do mar, vi-se, já de madrugada,
envolto na escuridão sob forte Neblina em pleno alto mar.
Remava na esperança de voltar para casa, não muito longe da
costa, assim imaginava. A terra entretanto, parecia fugir a
medida em ele avançava para o mar alto. No seu desespero,
rogou ao Divino Espírito Santo que o guiasse para a terra
firme. Surpreso, viu ao longe um sinal luminoso na
escuridão, abrandado pela neblina.
Exausto, tratou de seguir logo em direção daquela luz, certo
de que seu pedido foi atendido pelo Espírito Santo.
Sem noção do tempo, o pescador calculava que aquela noite
era a segunda noite de agonia naquele imenso oceano.
Juntou todas as forças que ainda lhe restavam, continuou a
remar, mas não conseguia chegar em terra firme.
Veio a alvorada, brilhante como uma estrela, uma luz
salvadora iluminando seu caminho. Pode assim, distinguir os
rochedos e os contornos da serra do continente, já bem
próximo. A luz que o avia guiado, ainda brilhava bem
próximo, no fundo das águas . Umas remadas a mais e sua
embarcação raspava os baixios, tocando na areia.
Quando criança, o velho pescador ouvira contar, que aquele
era um sinal predestinado (de Deus), mostrando riquezas no
fundo do mar. Ele salto do barco, bastante cansado, buscando
este segredo admirável. Porém, aquele brilho, desapareceu de
repente. Procurou por toda a parte e nada de encontrar. Mas
com a despontar dos raios do sol, ele pode notar, um pouco
mais adiante, um objeto que tinha uma forma retangular. Era
uma caixa simples meio avermelhada. Será que esse era o seu
tão desejado tesouro?
Seu coração disparou, segurava o precioso achado em sua
tremulas mãos, calejadas pelo longo tempo de árduo trabalho.
Mas aquela caixa era muito leve, não podia conter algo
valioso, desiludindo um pouco o velho pescador.
Forçando a fechadura, bastante enferrujada, abriu a caixa e
teve uma enorme surpresa: dentro da caixa havia uma Pomba
Dourada – símbolo do Divino Espírito Santo, coberta pelo
lodo. Naquele momento o pescador compreendeu os mistérios de
DEUS recordando-se do seu voto de fé e da prece que fizera
horas antes. Uma paz adentrou em seu espírito, olhou a sua
volta e percebeu naquele instante, que haviam se passado
vários dias (oito). Estava próximo a Vila de Guaratuba,
longe, muitas milhas do seu velho rancho.
O milagre se fez! Os murmúrios, que se ouviam no mar, dos
companheiros que morreram trabalhando no mar, na seriam mais
ouvidos. Agora suas almas teriam finalmente a paz que sempre
esperavam. Tomou o ruma da Vila, onde a noticia do
miraculoso achado percorreu rapidamente entre o povo da
comunidade.
- Era preciso lavar a imagem em água pura, - diziam eles.
Então ela foi levada a uma fonte de águas cristalinas que
brotavam do sopé de uma montanha (Morro do Pinto), a beira
de um caminho que levava as praias.
A imagem do Divino foi lavada, deixando nas águas suas ricas
virtudes, para o alívio das dores e enfermidades, era o 9º
dia. Mais tarde, a Caixa com a imagem, foram levadas para o
altar da Igreja Matriz, permanecendo ali por vários anos,
até o seu misterioso desaparecimento.
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