. Como surgiu a devoção ao Divino Espírito Santo
. QUEM É O DIVINO ESPÍRITO SANTO
. SÍMBOLOS DO DIVINO
. PRINCIPAIS EVENTOS
. Missa Inculturada
. ROMARIAS PROGRAMAÇÃO COMPLETA
. DETALHE
. Assim escreveram os jornais daquela época
. MENSAGEM DO PÁROCO
 

 


Como surgiu a devoção ao Divino Espírito Santo
 

A Festa do Divino teve origem em Portugal. Conta-se que a Rainha Santa Isabel (1271-1336), casada com Dom Diniz, teria sonhado com um pedido de Deus para que ela construísse uma igreja em honra ao Espírito Santo em Alenquer, Portugal. Corria o século XIV. Milagrosamente, no local, o alicerce apareceu pronto. Os operários ganharam rosas, que se transformaram em moedas, por pagamento. Ao convidar os pobres da Casa Real, ela iniciava em seu palácio de Cintra, votos de Pentecostes, em proveito dos pobres.

Regulamentada pelo código Afonsino, que a excluía das defesas, a festa do Divino foi regulada por D. João III e reflete, no meio popular, o esplendor e o sentido das sagradas investiduras reais, através da coroa, do cetro e da bandeira do Império. A devoção se propagou e popularizou rapidamente. Os portugueses a trouxeram para o Brasil, ainda na primeira centúria da colonização. De seu prestígio em nosso país, sabe-se que Dom Pedro I recebeu o título de Imperador do Brasil por sugestão do Ministro José Bonifácio, porque o povo estava mais habituado a aclamar o Imperador do Divino que o nome do rei.

A geografia da festa do Divino tornou-se ampla no Brasil. Em Minas, é festa animada no Norte do Estado, Montes Cla ros, Diamantina, Serro, Viçosa, Dionísio, Brejo do Amparo, Congonhas, Lafaiete, Santa Luzia, Sabará e em vários outros locais. Na região das vertentes, somente em São João del Rei acontece essa festa, nos moldes em que é comemorada.

É importante salientar que a presença da Folia do Divino nem sempre indica a existência de Festa do Divino, já que em muitos lugares há essa folia sem festas.

A famosa festa de Matosinhos, como era conhecida, dedicada ao Divino Espirito Santo e ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos, iniciou-se provavelmente com a inauguração da igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em 1774, pois, em 1783, ou seja, nove anos após, o Papa Pio VI já autorizava o Breve Pontifício em que dava indulgência plenária aos fiéis que, em um dos três dias de Pentecostes, tendo confessado e comungado, visitasse a igreja de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos da cidade de São João del-Rei, diocese de Mariana, Minas Gerais.


QUEM É O DIVINO ESPÍRITO SANTO
 

O Divino Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, representando a luz do mundo, o consolo da humanidade após a crucificação de Jesus, daí o título grego Parákletos, traduzido como consolador. Esta consolação fora anunciada previamente pelo profeta Ageu (2,5): "O meu Espírito permanece no meio de vós..." É o advogado que nos defende das causas e coisas malignas. É o amor que une o Pai ao Filho. Perfazendo o Deus Uno e Trino.

Não se pode limitá-lo a uma religião definida, como os santos são católicos e os orixás do Candomblé. Ele é de todos, superior a qualquer religião.

Ensina-nos a bíblia que Ele é o sopro de vida, com que o Criador animou as criaturas. Com efeito, cada homem é morada e templo do Espírito de Deus, pois fomos feitos à sua imagem e semelhança.

Maria, a Virgem Eterna, Nossa Mãe puríssima, concebeu de Deus, por obra e graça do Senhor Divino; sua luz inspirou aos profetas, a Santa Isabel com o precursor São João Batista no ventre, ao velho Simeão. O Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto, onde Satanás o tentou.

Com a condenação de Cristo, os discípulos estavam temerosos, agindo na fé, mas escondidos dos perseguidores. Quando o Divino lhes veio em Pentecostes, como línguas de fogo, passaram a pregar o Evangelho com total desassombro. Ganharam os carismas e o medo da morte sumiu.

Descendo como uma pomba alvíssima sobre o Salvador nas águas do Jordão, mostrou-nos toda a força e valor do batismo, legitimando-o como São João previra.

Os grandes e exemplares feitos dos santos tiveram a companhia inspiradora do Paráclito.

O Divino é a manifestação alegre de Deus, que age no silêncio dos corações, dando-lhes força e coragem para enfrentar as agruras da vida, elevando a fé ao auge, promovendo a emoção, aquele choro de felicidade que a sensibilidade produz ao ver sua festa. E se ela é pomposa, é porque o Divino merece, mas, pela humildade pregada, o Espírito Santo também se manifesta, na simplicidade e nas ações singelas. E nisto reside a grandiosidade de Deus.



Cerimonial em honra ao Divino, na colônia portuguesa de Toronto, Canadá


SÍMBOLOS DO DIVINO

Por Ulisses Passarelli, Imperador do Divino de 1998 e 1999

IMPERADOR

• Título dado ao festeiro principal do Divino Espírito Santo, que recebe as insígnias do Divino. Este cargo é herança portuguesa em nossa festa. O Imperador assume por um ano, iniciando o mandato no domingo de Pentecostes, quando é coroado pelo Padre, recebendo a função do Imperador anterior;

INSÍGNAS DO DIVINO

• São três objetos que simbolizam a autorização dada a um festeiro para realizar a festa. Seu uso é exclusivo do Imperador. Nas insígnias sempre há uma pombinha artificial simbolizando o Divino, cetro e coroa;

SALVA

• Espécie de bandeja com vários detalhes decorativos e uma base de sustentação. Sobre ela deposita-se a coroa e o cetro quando estão fora de uso;

IMPÉRIO DO DIVINO

• Espécie de casa, barraca ou capelinha armada por ocasião da festa, em cujo interior há uma espécie de altar onde se expõe ao público uma imagem do Divino Espírito Santo e suas insígnias. A sua montagem e guarda é função do Imperador, ou de um Zelador, por ele designado;

IMPERADOR PERPÉTUO

• Ao que saibamos, São João del-Rei é a única cidade do Brasil a ter um Imperador Perpétuo eleito que não perde o seu posto com a chegada do novo domingo de Pentecostes. Os comerciantes sãojoanenses escolheram Santo Antônio. Assim, coadjuvando o Divino Espírito Santo, a imagem participa da procissões em uma liteira ricamente adornada;

 

CORTEJO IMPERIAL

• Espécie de cortejo processional, o qual, partindo da igreja que sedia a festa, vai buscar o Imperador para, no templo, assistir à missa solene e ao término desta, passar o cargo para o novo Imperador que foi eleito para substituí-lo. É acompanhado por congados, folias e banda de música com grande aparato.

PORTA-BANDEIRA E MORDOMO

• Vinte Porta-bandeiras levarão nas procissões da festa as bandeiras do Divino. Serão orientados por um Mordomo encarregado de dirigi-los;

JUÍZES DE PRENDAS

• (Do latim, "judice"): pessoas responsáveis por solicitar nas casas donativos para a festa. São identificados por uma carta de nomeação e por um crachá expedidos pelo Procurador de Prendas, que os orienta e repassa as ofertas à Comissão Organizadora, que usa o dinheiro na organização da festa, os alimentos para o almoço festivo e demais prendas para o leilão;

CAPITÃO-MOR

• (Do latim, "maiore"): título honorário dado a um dos Capitães de Congado convidados para a Festa. É uma forma de homenagear um Capitão de destaque por seu longo trabalho pelo folclore.

CAPITÃES DE MASTRO

• Outra forma de homenagear Capitães de destaque. A função dos Capitães de Mastro é dirigir os rituais de levantamento e descida dos Mastros do Divino, podendo ser ajudados pelo Imperador;

ESTANDARTE DO DIVINO

• Espécie de bandeira simbolizando uma corporação. Distingue-se da bandeira propriamente dita por ter a haste de sustentação central e na vertical, cruzando-se com outra horizantal. O estandarte do Divino é vermelho, com a pomba branca no centro. Ele sempre abre os cortejos da festa, seguindo sempre na frente;

FOLIA DO DIVINO

• (Do francês, "folie"): grupo folclórico, tipo "folguedo", de carácter precatório e andarilho, que, levando uma Bandeira do Divino e instrumentos musicais, cantam, dentro de espírito religioso, versos de louvação ao Espírito Santo. Uma destas folias em São João del-Rei (Bairro do Tejuco) é feminina, fato raríssimo e digno de nota, já que, ao que conste, somente no Maranhão há Folia do Divino formada por mulheres, com o nome de Caixeiras do Divino;

CONGADO

• (O mesmo que congada, reunião de "congos", termo gentílico africano): grupo folclórico, tipo "folguedo", com origens em elementos culturais africanos e europeus. Consta de vários dançantes, ditos soldados (geralmente homens), que tocam instrumentos (sanfonas, violões, violas, cavaquinhos, caixas, pandeiros, ganzás, tamborins), cantam e dançam sob a direção de um Capitão, que canta solista e organiza o grupo, às vezes auxiliado pelos Caciques, ou por um segundo Capitão. Levam uma bandeira com a estampa de um santo (na maioria das vezes N. S. do Rosário). Cada grupo de congado é um Terno ou Guarda (com menor freqüência dizem também Banda, Turma, Companhia, Corte ou Batalhão de Congado). Há vários modelos de Ternos de Congados, que se distinguem com mais nitidez pelo uniforme e modo de cantar, dançar e tocar. Na festa poderemos ver Guardas de congos, catupés, marujos, moçambiques e bate-paus. Os congados escoltam casais trajados de Rei e Rainha, que em conjunto formam o Reinado;

ALFERES DA BANDEIRA

• Pessoa responsável pelo estandarte, carregando-o a cavalo nas procissões e cortejo imperial. Alferes era outrora um posto hierárquico do Exército, correspondente a atual Subtenente. Também tinha o significado antigo de Porta-Bandeira.

ORATÓRIO DE PESCOÇO

• (Do latim "oratoriu"): espécie de nicho ou caixa especialmente destinada a guardar a imagem de um santo. O tipo "de pescoço" possui uma alça para se pendurar ao pescoço, com o qual, outrora, Ermitões esmolavam pelas ruas, oferecendo o santinho do oratório a beijar. Para a festa do Divino foi preparado um modelo do século XVIII, que fica a cargo do Procurador de Prendas;

MEIRINHOS E MESTRE-DE-CAMPO

• Responsáveis em auxiliar a Comissão Organizadora no controle dos eventos da festa durante sua realização. Os Meirinhos cuidam mais especificamente das ações dos congados e os Mestres-de-Campo dos aspectos gerais. Um Meirinho é nomeado Capitão Meirinho, sendo o título de Capitão puramente honorário. São postos antigos e tradicionais. Meirinho era um antigo funcionário judicial correspondente ao Oficial de Diligências ou um antigo magistrado, de nomeação régia, que governava amplamente um território ou comarca. Mestre-de-Campo era um oficial do Exército do Brasil Colonial e Imperial, que na hierarquia militar correspondia ao Coronel;

DANÇA-DAS-FITAS

• Grupo folclórico de origem européia que executa números de dança em torno de um pau na vertical, de cujo topo pendem longas fitas. Cada dançante pega a ponta de uma fita e dança ao redor deste pau, trançando as fitas no mesmo.

 


PRINCIPAIS EVENTOS

AS FOLIAS ESTARÃO NAS RUAS • A partir do dia 17 de abril, as Folias do Divino estarão em jornada de visita às casas, anunciando o Jubileu, levando a Mensagem de Paz do Espírito Santo e recolhendo donativos voluntários para as festividades. Recebam bem as Folias e prestigiem nossa tradição.

VISITA AO IMPERADOR E DESCENDIMENTO DA IMAGEM DO DIVINO • No dia 25 de maio, os caixeiros irão visitar o Imperador em sua residência, às 18 horas, e a seguir, o escoltarão ao Santuário do Senhor Bom Jesus, para a missa das 19 horas. Ao fim da celebração, tocarão as caixas para anunciar a novena enquanto a imagem do Divino é descida de seu nicho e colocada junto a imagem do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, onde permanecerá durante toda a festa.

CAVALGADA DO DIVINO • No dia 28 de maio, às 9 horas, sairá, da Praça do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, a Cavalgada do Divino, pelas ruas da cidade. Informações no Açougue do Jota, na Av. Sete de Setembro.

MASTROS DO DIVINO E SANTO ANTÔNIO • Os mastros do Divino e Santo Antônio são os maiores da festa, medindo aproximadamente 12 metros, serão instalados na 5ª feira, dia 25 de maio, às 20 horas, e dará início a parte profana da festa. Após esta instalação estes mastros estarão esperando pelos demais, um para cada grupo de congado, no domingo, dia 04 de junho. O capitão de cada grupo acompanhado por reis, rainhas e princesas, é recebido pelo Imperador, tudo em clima de euforia, o que é o constante em toda a festa.


Missa Inculturada 6ª. feira - Dia 2/06

A missa Inculturada, que apesar de ter as mesmas partes básicas de qualquer missa, contudo as celebra em estilo próprio, que convencionou-se chamar de Afro, pela forte presença da cultura negra, através de cânticos, danças e rituais. Sua organização cabe ao grupo parafolclórico Raízes da Terra, do bairro São Geraldo.

A missa convencional é aculturada, ou seja, nela não se evidencia um traço cultural definido, tendo sim um modelo padrão, independente de características desta ou daquela cultura. A inculturada aproveita fortemente os elementos de um certa cultura, seja negra, indígena ou outra. Daí existirem pelo Brasil afora, Missa dos Violeiros, Missa dos Tropeiros, Boiadeiros, Folieiros, Conga etc.

A música adotada se baseia nos Congados e Folias e noutros rítmos que visam valorizar a negritude e que melhor expressam as raízes culturais africanas, sob uma face ecumênica e cristã.

PROCISSÃO DO IMPERADOR PERPÉTUO • No dia 03 de Junho, às 17 horas, sairá da Igreja de São Francisco de Assis, com destino ao Santuário do Sr. Bom Jesus de Matosinhos, a lindíssima e histórica Procissão do Imperador Perpétuo (Santo Antônio), com acompanhamento das folias. Participem.

 

 


DETALHE

Convidamos os Movimentos Religiosos e Pastorais não só da Paróquia de Matosinhos como também das demais, tais como: Ministros da Eucaristia, Apostolados da Oração, Vicentinos, Congregados Marianos, Irmandades, Confrarias, Ordens Terceiras, etc. Participação especial Grupo de Oração Bom Pastor (Renovação Carismática Católica) Tragam suas bandeiras, estandartes e faixas.. A partir das 21 horas apresentação de LUCIANO & CIA.

Convidamos todos os jovens. Convidamos também todos os clubes de futebol da cidade a comparecerem com representantes uniformizados e com as respectivas bandeiras, a partir das 18 horas no Santuário. Vamos rezar pela paz e harmonia entre todos os jovens e todos os desportistas. Participação do Grupo do Terço N. Sra. das Graças (RCC), Pastoral da crisma e da Infância Missionária A partir de 21 horas, grande show com FRANK DOS TECLADOS e seus amigos.

Cavalgada do Divino 9 horas. Convidamos a todos os comunicadores, de todos os participantes dos mais diversos tipos de mídia de nossa cidade e região a estarem presentes. Logo após, show com KADU SANTORO & BANDA.

Convidamos os estudantes e professores de primeiro, segundo e terceiro graus, da rede pública e privada, de toda cidade e região e solicitamos em especial o apoio de SESI/SENAI , IPTAN e à UFSJ.

Convidamos todos os funcionários públicos, federais, estaduais e municipais, aos militares do 11° BIMth, policiais militares, rodoviários, bombeiros, guardas florestais e policiais civis, e suas famílias. Logo após show com a cantora mirim BIANCA

Convidamos todas as pessoas com necessidades especiais e pedimos a colaboração e presença da ASPD, APAE e congêneres. Logo após Show com RUAN & RONAN

Convidamos as pessoas idosas em geral e os grupos específicos. Depois das celebrações haverá levantamento dos mastros. Logo após, show com LADINHO & OSVALDO, apresentando músicas sertanejas e de raízes.

Convidamos os Afro-Descendentes a comparecerem e todas aquelas pessoas e entidades engajadas na luta contra o racismo e discriminação. A MISSA INCULTURADA será celebrada pelo Padre Antônio Luciano (Lavras) e/ou Padre Dirceu de Oliveira e terá participação especial do GRUPO AFRO-DESCENDENTES RAÍZES DA TERRA, do bairro São Geraldo. Logo Após as celebrações, serenata com CORAL DA ASAP.

Convidamos os folieiros/foliões a participarem. Mesmo que sua Folia não estiver ativa, compareça às comemorações. A PROCISSÃO DO IMPERADOR PERPÉTUO sairá da Igreja de São Francisco de Assis rumo ao Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Logo após a apresentação das Folias no Coreto, haverá show com o Grupo de Chorinho "PEDACINHO DO CÉU".


Assim escreveram os jornais daquela época

A festa de Matosinhos era tão atrativa e fazia tanto sucesso, que os jornais daquela época, meses antes e meses depois começavam a propagá-la. Eis algumas notas:

"Os Mesários do Divino Espírito Santo anunciam que a posse é no dia 1º de junho do corrente ano às três horas da tarde, e que pretendem levar Santo Antônio da Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, para Matosinhos, com a decência possível como é de costume; para isso rogam a todas aquelas pessoas, que se quiserem aprontar de cavalo para acompanhar, o façam àquela hora impreterivelmente". (Jornal "Astro de Minas" nº 1.019 20/05/1834)

"Estas paragens, onde há vastas e bellas chácaras, perpétuo pomar de variados frutos. Que linda garça campeia entre as verduras e a risonha capella do Senhor Bom Jesus de Mattosinhos, para onde afluem romeiros e grande multidão de povos por ocasião das festas do Divino Espirito Santo que celebravam-se com toda a magnificência, renovando-se algumas vezes os costumes antigos de cavalhadas, bailados e corrida de touros". (Arauto de Minas - 1877).

"O Exmo. Sr. Barão do Carandahy mandou entregar ao Sr. Francisco Tiburcio Dias Carneiro, Procurador da festividade do Espirito Santo, em Mathosinhos, a quantia de 400$000 com que entra para o respectivo festejo, na qualidade de Imperador". (O Arauto de Minas, 04/05/1879, n.9, ano 3).

"Além dos atos religiosos, as festas profanas tendem a atrair um sem número de romeiros e devotos que da redondeza e de longe correrão ao vizinho arraial, onde as casas tem subido a 100$000 de aluguel somente por três dias." (Arauto de Minas, 17/05/1884).

"Em Matosinhos no Botequim Recreio das Famílias encontrarão as Exmas Famílias cômodos próprios e decentes onde se servirá com prontidão, aceio e preços razoáveis jantares, almoços, ceias, cafés, sequilhos, comidas frias, vinhos, finos licores, doces de todas as qualidades." (Arauto de Minas, 17/05/1884)

"Para abrigar os romeiros que superpovoavam o bairro, erguiam-se barracas, casinholas, ranchos de capim e coberturas toscas, pois muitos mudavam provisoriamente para Matosinhos, para melhor participarem dos dias de festas, com isso os aluguéis de casas e hospedagens subiam de preço. O Arraial de Mattosinhos no subúrbio da cidade é dotado de óptima capella, na qual se festeja o Espírito Santo, havendo nos dias de festa, romaria de dia e de noite" (Autor desconhecido).

"Da boa ordem na festa, devemos algo à administração da estrada de ferro, pelo modo correcto e prático com que resolve normalmente o embarque e desembarque dos romeiros. Neste anno, de preferência, notamos que além da boa ordem no serviço e fineza dos empregados, os 42 (quarenta e dois) trens, que correram em cada dia, correspondiam optimamente a frequência e exigência dos passageiros, sem atropêlo e sem prejuizo de material. E não é pouco em se tratando de consultar interesses e opiniões de cerca de 11.000 passageiros". (Jornal "Ação Social" de 03/06/1917).

"nestes dias de festa de Matosinhos em que as ruas ficam desertas e as casas no desamparo. Nada de jóias, nem de valores em dinheiro expostos aos dedos rápidos e amestrados dos batedores de carteira profissionais (...) o direito não favorece aos que cochilam" (Jornal Ação Social, 11/06/1916).

O acesso ao bairro de Mattosinhos se fazia primitivamente pela tricentenária rua do Matola e, com a implantação da ferrovia Oeste de Minas, a condução das pessoas foi facilitada. O anúncio solene acontecia no sábado que antecedia a festa. A banda de música percorria as principais ruas de São João del Rei, anunciando com sua fanfarra o início dos festejos do Divino Espírito Santo, terminando no largo de Matosinhos.

Para promoverem a festa, escolhia-se a cada ano o "Imperador do Divino". Era ele quem assumia o papel de festeiro. Muitos deles se tornaram famosos, como o Sr. Tomaz Antônio Gonçalves, que foi Imperador do Divino Espírito Santo no ano de 1868, e foi ele quem deu a atual custódia do divino.

Um dos memoráveis imperadores da festa foi Coronel Inácio Correa Pamplona, tido como o terceiro denunciante do Inconfidentes, que, como de costume, contribuiu com significativos valores em dinheiro para a organização do evento. Eis o recibo:

Recebi do Sr. Reverendo Pe. Inácio Correia Pamplona, a quantia de cem mil reis que me deu por ordem do Sr. seu pai o Senhor Coronel Inácio Correia Pamplona, cuja quantia é a mesma, que o dito Sr. prometeu dar para a festa que fizemos do Espírito Santo em Mattosinhos em ano de 1810, quando o Sr. Coronel foi imperador e eu Juiz, por verdade e faço o presente. São João, 13 de junho de 1810 - José Francisco Lopes

São 100$000 reis (museu regional de São João del Rei)

Havia também nas festas de Matosinhos o imperador perpétuo, que era "Santo Antônio", eleito pelo povo e comerciantes da cidade, Imperador perpétuo da festa do Divino Espírito Santo. A imagem de Santo Antônio saía da igreja de São Francisco para Matosinhos, numa liteira ricamente adornada, amparada por um sacerdote revestido de estola e pluvial, seguida de pomposo acompanhamento.

Na festa de 1915, o Jornal A Tribuna de São João del-Rei, de 30/05/1915, registra a utilização do famoso Pavilhão de Exposições de Matosinhos, novinho em folha, como restaurante e como teatro de fantoches. Registra também a utilização do cinema, pela primeira vez, na festa.

A participação da burquesia de São João del Rei, na festa de Matosinhos, era notória, a ponto de os jornais divulgarem propagandas de lojas localizadas no centro da cidade, com relação à venda de produtos para a festa, principalmente de roupas, já que os meses de maio e junho são frios.

Até mesmo circos eram instalados na festa, como o circo do Sr. Perry.


MENSAGEM DO PÁROCO

"RECEBEI O ESPÍRITO SANTO"

Pe. José Raimundo da Costa PÁROCO

 
Juntamente com toda a Igreja, a Paróquia do Senhor Bom Jesus de Matosinhos celebra a Solenidade de Pentecostes, a Festa do Divino Espírito Santo.
 

No Santuário Diocesano do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, de alguns anos para cá essa Solenidade vem adquirindo um colorido todo especial, através do resgate dos aspectos folclóricos e culturais ligados a essa Festa. A cada, ano vem crescendo a participação das pessoas nessa Festa, e cresce também a consciência da necessidade do apoio e incentivo a essa e a tantas outras formas de valorização da cultura, da arte, do folclore, que para nós, no caso específico da "Festa do Divino", trata-se de um momento forte de Evangelização, de valorização, defesa e promoção da vida. Para este ano, escolhemos como tema geral para essas celebrações "O Espírito Santo e as Comunicações Sociais"; e o Lema: "Os Meios de Comunicação: ´grande mesa redonda para o diálogo da Humanidade". "No dia de Pentecostes, a Páscoa de Cristo se realiza na efusão do Espírito Santo, que é manifestado, dado e comunicado como Pessoa Divina: da sua plenitude, o Cristo, Senhor, derrama em profusão o Espírito", conforme lemos no Catecismo da Igreja Católica, nº 731.

Assim, celebrando o Espírito Santo que nos foi comunicado, queremos também, durante essa novena e festa, celebrar a Solenidade de Pentecostes, refletindo sobrea Mensagem do Papa Bento XVI, para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, aqui no Brasil celebrado no dia 28 de maio, com o tema: "Os Meios de Comunicação Social: rede de Comunicação, Comunhão e Cooperação".Por isso, o tema e lema escolhidos para a "Festa do Divino", no Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, neste ano.

"Os meios de Comunicação Social, diz o Papa nessa Mensagem, podem se configurar como uma rede capaz de facilitar a Comunicação, a Comunhão e a Cooperação". Celebramos também, aqui no Brasil, nos dias que antecedem à Solenidade de Pentecostes a "Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos". "...que todos sejam um" (Jo 17, 21). Com certeza, inspirados pelo Divino Espírito Santo, podemos rezar e trabalhar juntos, no respeito às diferenças, mas buscando sempre a unidade, na defesa e na promoção da vida para todos, buscando a inclusão de todos, também das pessoas com deficiência, como refletimos na Campanha da Fraternidade deste ano, com o lema tão sugestivo: "Levanta-te, vem para o meio" (Mc 3, 3).

"Os Meios de Comunicação Social, conforme lemos na referida Mensagem do Papa Bento XVI, são uma "grande mesa redonda" pra o diálogo da Humanidade". O Papa nos lembra ainda nessa Mensagem que a "Formação para um uso responsável e crítico dos Meios de Comunicação ajuda a pessoa a servir-se deles de modo inteligente e apropriado".


Pe. José Raimundo da Costa e coroinhas

Trabalhemos e rezemos, pois, para que, os Meios de Comunicação, Igrejas, enfim, os diversos segmentos de nossa sociedade, unidos, colaboremos na construção de uma Sociedade mais justa, mais fraterna, mais humana, com mais amor. Sobretudo, neste ano de eleições, estejamos unidos, inspirados pelo Espírito Santo, exercendo com seriedade o direito do voto, expressão de cidadania, pois, como sabemos, "Voto não tem preço. Tem conseqüências!", possamos contribuir, através da valorização da religiosidade popular, da cultura, da arte, de nossa fé, também para a construção da Paz, que acreditamos ser dom de Deus, mas também fruto da justiça.

Que os Meios de Comunicação sejam sempre nossos aliados na busca de um mundo menos desigual, com mais vida para todos, já aqui, caminhando para a vida plena na eternidade. "Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância,"conforme as palavras de Jesus (Jo 10, 10) Fomos criados para ser felizes!


Agradecimentos Especiais

Bispo Diocesano, Venerável Ordem 3ª de São Francisco de Assis, Sacerdotes convidados e da Paróquia, Pastorais e Movimentos Religiosos, Irmandades e demais Sodalícios Religiosos, Secretaria Paroquial de Matosinhos, Deputado Federal Reginaldo Lopes, Dep. Est. Domingos Sávio, Dr. Juvenil Alves Filho, Prof. Dr. Rômulo Antonio Viegas, Sidney Antonio de Souza (Prefeito Municipal de São João del-Rei), Paulo César de Almeida - Didico (Prefeito Municipal de Santa Cruz de Minas), José Antônio Santos (ex-prefeito de Santa Cruz de Minas), Laurindo Perinazzo (Arroz Beira Rio), Distribuidora Zaelli, Pato Caminhões, Vereador Bolão da Cemig, Vereadora Rosinha do Mototaxi, Vereador João da Marcação, Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria Municipal de Obras, Secretaria Municipal de Transportes, Grupo Raízes da Terra, Grupo São Benedito, ASAP, APAE, Centro de Educação Construir (Prof. Cristina, Prof. Sandra e Prof. Elizabeth Muffato), Grupo de Pastorinhas (Resp. Júlia Maria de Lacerda), Coroinhas de Dom Bosco, Bandas de Música, Orquestra Lira Sanjoanense, Mauro (Jovem Bar Clip's), Eva Muffato, Dinho do Mercadinho, Oficina Mecânica Oliveira e Filhos, Infância Missionária,Comunidades Paroquiais, Grupo de Oração Bom Pastor (RCC), Grupo do Terço N.Sra. das Graças (RCC), Grupos Folclóricos, Reis, Rainhas, Príncipes, Princesas, Juízes (as), Frank dos Teclados, Social F. Clube, vereador Bolão, Padaria Pão Quente, Bianca Cobo, Grupo Maracatu Mucambo, Ruan e Ronan, Ladinho e Osvaldo, Kadu Santoro e Banda, Grupo de Capoeira "Muzenza", Grupo de Capoeira "Artes das Gerais", Grupo de Chorinho "Pedacinho do Céu", 11° BIMth, Polícias Militar e Civil, Bombeiros, Imprensa em geral, a todos os nossos Patrocinadores, devotos e enfim, às equipes do lanche dos folieiros, equipes do café e de almoço dos que sempre nos ajudaram com seus esforços e/ou doações e ao Grupo Paroquial de Acolhida. Os festeiros agradecem e rogam luzes e bênçãos ao DIVINO ESPÍRITO SANTO.


Festa do Divino em São João del Rei - MG