Festa de Pentecostes

 

 

 

 

Significado

É uma festa da Igreja Católica em que se celebra a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e a Virgem Maria, reunidos no cenáculo (local da última ceia), marcando o nascimento da Igreja. É a festa de Pentecostes, que quer dizer qüinquagésimo dia depois da Páscoa, ou seja, é uma festa móvel. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Portanto, é uma festa de louvor a Deus, muito bonita e muito alegre. As festividades começavam numa quinta-feira, quando era comemorada a Festa da Ascensão do Senhor, atualmente transferida para o domingo. Essa fase, que chamamos de preparatória, dura dez dias. Pela liturgia da Igreja, a festa propriamente dita é só no Domingo de Pentecostes.

Festa Missionária

O Catecismo da Igreja nos adverte para a dimensão missionária da ação do Espírito Santo. É Ele, de fato, que concede seus dons para nos associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do Corpo de Cristo (n. 2003).

O decreto “Ad Gentes” põe em evidência o caráter missionário dos dons e carismas ao afirmar que o Espírito unifica a Igreja na comunhão e no ministério, dotando-a de vários dons... vivifica as instituições eclesiásticas... incute no coração dos fiéis o mesmo espírito missionário, pelo qual era movido Cristo (AG, 4).

João Paulo II, na “Redemptoris Missio”, afirma que o Espírito Santo é o protagonista de toda missão eclesial, quer nas consciências e nos corações humanos, quer na história (n. 21). É dele que parte o “mandato missionário” (n. 23).

A vinda do Espírito Santo fez dos Apóstolos, e hoje faz de nós, testemunhas e profetas (At 1,8; 2,17-18). Ele mesmo assume a função de “guia” e dá impulso à missão, “abre as portas” para a evangelização, reunindo o povo de Deus na escuta do Evangelho, na comunhão fraterna, na oração e na Eucaristia.

A missão é um compromisso comunitário, uma responsabilidade da Igreja local que necessita de “missionários” para se expandir em direção a novas fronteiras da missão “ad gentes”, sem limites de espaço, nem de tempo, atingindo, não apenas os indivíduos, mas também a sociedade, a história, os povos, as culturas e as religiões (RMi, 28).

Unidos aos cristãos do mundo inteiro, reunidos com Maria, “a mãe missionária”, acolhamos com alegria e com abertura de coração o Espírito Santo, Dom de Deus.

Origem

O culto do Espírito Santo, de acordo com o historiador português Moisés do Espírito Santo, tem origem na Antigüidade. Entre os israelitas, a Festa de Pentecostes era celebrada cinqüenta dias (sete semanas) depois da Páscoa, sendo uma das quatro festas importantes do calendário judaico: Páscoa, Omar, Pentecostes e Colheitas.
Ela era conhecida, ainda, com nomes diferentes: das Ceifas, das Semanas, do Dom da Lei, e outros, tendo sido, primitivamente, uma festa agrária dos cananeus.

Entre os hebreus, o termo shabüoth faz referência à festa que começa cinqüenta dias depois da Páscoa e marca o fim da colheita do trigo. "A Festa do Divino é um eco das remotas festividades das colheitas".

Já o culto ao Espírito Santo, sob a forma de festividade, no sentido que iria adquirir mais tarde, se cristaliza no início da Baixa Idade Média, na Itália, com um contemporâneo de São Francisco de Assis, o abade Joachim de Fiori (morto em 1202), que ensinava que a última fase da história seria a do Espírito Santo. Suas idéias chegaram a Alemanha e espalharam-se pela Europa.

Em Portugal, no séc. XIV, a festa do Divino já se encontrava incorporada à Igreja, como festividade religiosa. A responsável por essa institucionalização da festa em solo português foi a rainha D. Isabel, esposa do Rei D. Diniz (1.279- 1.325), que mandou construir a Igreja do Espírito Santo, em Alenquer.

Em solo português, ela seria fortemente marcada por influências de tradições judaicas, muitas das quais chegaram até nós.

Com o início da colonização, ela foi introduzida no Brasil, provavelmente desde o século XVII. A figura do Imperador do Divino - criança ou adulto - era o escolhido para presidir a festa. Aqui ela sempre foi uma festa de caráter popular, não figurando entre as quatro festas oficiais celebradas por ordem da Coroa, no período colonial. Mas seu prestígio no início do século XIX era tanto, que em 1822, segundo Luís da Câmara Cascudo, o ministro José Bonifácio escolheu para Pedro I o título de Imperador, em vez de Rei, porque era muito grande a popularidade do Imperador do Divino. Em certas cidades ou vilas do interior, o Imperador do Divino, com sua corte solene, dava audiência no Império, com as reverências privativas de um soberano