Padre Tomás de Borba
O
Padre Tomás Vaz de Borba nasceu
na freguesia de Nª Sª da
Conceição, cidade de Angra do
Heroísmo, em 23 de Novembro de
1867, filho do comerciante
António Vaz de Borba e de sua 2ª
mulher Maria Lúcia da Conceição,
de famílias oriundas das
freguesias da Ribeirinha e da
Terra Chã. Veio a falecer em
Lisboa, na paróquia do
Sacramento, em 12 de Fevereiro
de 1950 tendo o seu corpo sido
trasladado para o Cemitério do
livramento, em Angra do
Heroísmo.
O Padre Tomás de Borba foi um
distinto sacerdote, um notável
músico e compositor para além de
apreciado e inovador pedagogo
das escolas portuguesas.
Desde muito jovem serviu como
capelão cantor da Sé de Angra,
onde recebeu aulas de música na
escola de canto dessa mesma
Catedral, tendo efectuado os
seus estudos literários e
teológicos no Seminário
Episcopal Angrense. Em 31 de
Agosto de 1890 é ordenado de
Presbítero pelo Bispo de Angra
D. Francisco Maria, na Capela do
Paço Episcopal (onde hoje
funciona a sede desta Secretaria
Regional da Educação e Ciência).
Logo no ano seguinte parte para
Lisboa para frequentar o
Conservatório e onde se
matricula nas cadeiras de Piano
e Composição dado que as suas
capacidades musicais se tinham
demonstrado excelentes.
Simultaneamente, frequenta o
Curso Superior de Letras onde
foi aluno de outro açoriano
ilustre o Doutor Teófilo Braga,
que lhe demonstra grande estima
e o estimula nos seus estudos
literários. Termina os cursos
musicais e literários com altas
classificações.
Em 1901 é nomeado professor da
classe de Harmonia do
Conservatório de Lisboa, lugar
que exerceu com grande
proficiência até 1937, altura em
que foi aposentado por limite de
idade. Para além daquela
cadeira, foi o primeiro
professor de História da Música
no Conservatório a qual regeu
durante alguns anos.
Foi também professor de Solfejo
e Canto Coral na antiga Escola
Normal Primária onde realizou
uma alta obra pedagógica e que
bem se pode considerar
revolucionária para o seu tempo
tendo introduzido a moderna
pedagogia musical em Portugal
sobretudo a nível do solfejo
entoado e do canto coral nas
escolas. Leccionou ainda, no
Liceu D. Maria Pia ao mesmo
tempo que era regente do orfeão
do Liceu da Lapa. Com a
implantação da República foi
nomeado vogal do Conselho
Superior da Instrução Pública.
Foi também professor e director
artístico da prestimosa Academia
de Amadores de Música. Ao longo
da sua carreira foi professor de
distintos músicos portugueses
como Luís e Pedro de Freitas
Branco, Rui Coelho, Eduardo
Libório, Ivo Cruz e Fernando
Lopes Graça (co-autor com o P.e
Tomás de Borba do “Dicionário de
Música”).
Foi durante vários anos prior da
Igreja dos Mártires em Lisboa e
Comissário da Ordem Terceira de
Nossa Senhora do Carmo onde
desenvolveu uma obra notável a
nível da música religiosa.
É vasta a sua obra como
compositor e musicólogo, tanto
na música religiosa como na
música profana, estando editados
a maior parte dos seus
trabalhos.
Fonte: corosamit.com.sapo.pt
foto:casadosacoresrj.com.br