Açores - Bruna Matos Silva

“É do mar que brota a vida e vertigem de um Açoreano, é no mar que ele nasce e que ele morre!!!”

Sento-me num fim de tarde de Setembro, junto a uma estação de comboios e relembro o meu arquipélago. Não pela presença do comboio, nem tão pouco por um cheiro que se confunde entre o Oceano e a Ria. Relembro-o, tão e somente, pela presença de uma casa humilde, porém animada, onde muitos se juntam para recordar o mesmo que eu recordo agora: os Açores. Pessoas que não deixam, nem que o comboio leve as nossas recordações de ilhéus, nem tão pouco o aroma confundido do mar nos faz afastar do que sempre nos rodeou, o mar!

Como sabem, os Açores é um arquipélago constituído por nove ilhas, ou seja, a nível geográfico, não passam de nove pedacinhos de terra perdidos no belo e impetuoso Oceano Atlântico. Porém, cada pedacinho desses, guarda em si vestígios de História e de diversas formas de arte! E é, precisamente, para que aqueles que foram obrigados a abandonar um desses pedacinhos de terra não se esqueçam nem do mar, nem da arte, nem da História dos Açores, que um grupo de gente maravilhosa se junta, nesta humilde casa de onde escrevo e vejo passar o comboio, para nos embriagarem as saudades da terra abandonada através de livros, almoços e jantares onde relembramos costumes das nossas gentes, escritores insulares que de quando em quando nos visitam, do aroma dos queijos, da pimenta da terra e dos licores… pessoas que acreditam no nascer pela mão do mar, e que o morrer, também, nele acontece!

A essas pessoas um muito obrigado, porque eu, insisto, em acreditar nos Açores, também!

 

Bruna Matos Silva
Estudante da Universidade do Algarve