2005-05-13
Caçapava do Sul
Festa do povo cristão unindo cultura e tradição
Com o lema "Espírito Santo, com sua luz renovai a fé, a solidariedade e
a paz em todos os lares", realiza-se a Festa do Divino Espírito Santo. A
tradicional festa cristã da Paróquia Nossa Senhora da Assunção ocorre de
26 de março a 29 de maio. Os festejos tiveram início no interior, nos
dias 26 e 27 de março, na Capela Nossa Senhora das Graças, na comunidade
Picada das Graças. No mês de abril, aconteceu, nos dias 2 e 3, na Capela
São Geraldo, na comunidade Seival-Carajá; dias 9 e 10, na Capela Santa
Bárbara, em Minas do Camaquã; 16 e 17 na comunidade da Guarda Velha e 30
de abril e 1º de maio na Capela São Judas Tadeu, na comunidade do
Irapuazinho.
Na sexta-feira, dia 06 de maio, a Festa do Divino chegou à cidade, com a
realização de alvorada festiva, visitação da bandeira, cortejo, a
primeira novena, jantar e bingo beneficente no Salão Paroquial, com
apresentação artística de "Os Chimangos".
A celebração da tradição de lutas religiosas, a Corrida de Cavalhadas
foram encenadas no Forte Dom Pedro II, no domingo, 8 de maio - Dia das
Mães.
Este ano, o tradicionalismo gaúcho também se fez presente aos eventos
religiosos. Nos dias 23 e 24 de abril, na Sede Tady Ilha Machado, do CTG
Sentinela dos Cerros, as entidades tradicionalistas e seus piquetes de
laçadores promoveram o 1º Rodeio do Divino. Durante a semana, de 09 a 14
de maio, ocorrerá, das 10h às 17h, a visitação da bandeira; às 19h o
cortejo sai do Salão Paroquial; às 19h30min, as Novenas de Pentecostes
com convidados especiais e, às 21h, jantar e bingo beneficente, no Salão
Paroquial.
No Domingo de Pentecostes, dia 15, acontecerá a procissão do Divino
Espirito Santo, saindo às 9h da Capela Nossa Senhora de Fátima em
direção à Igreja Matriz. A missa de Pentecostes será às 10h. Às 11h30min
ocorrerá a identificação dos festeiros de 2006 e retirada com a bandeira
do Divino e, às 12h, almoço festivo no Salão Paroquial.
Festa do Divino Espírito Santo
Histórico
A Festa do Divino Espírito Santo ou Festa do Divino, como os cristãos a
denominam, é a mais antiga das comemorações religiosas de origem
portuguesa.
No século XIV, a Rainha Isabel de Aragão - mais tarde canonizada Santa
Izabel - fez uma promessa ao Divino Espírito Santo. Pedia ela que seu
marido - o Rei Dom Dinis - e seu filho - o infante Dom Afonso -
abandonassem as armas, pois uma guerra insana pelo poder ameaçava
estraçalhar Portugal. Às vésperas da primeira batalha, pai e filho
reconciliaram e a paz voltou à nação portuguesa. Em agradecimento à
imensa graça alcançada, a Rainha Isabel mandou construir em Alenquer uma
igreja consagrada ao Espírito Santo e instituiu festejos populares.
Dois Séculos depois, no período de colonização do Brasil, a Festa do
Divino atravessou o oceano e enraizou-se em nosso país. Em 1822, ano da
Independência, as festividades eram tão imensas que o Rio de Janeiro e
quase todas as cidades e vilas brasileiras suspendiam suas atividades
leigas para comemorá-la, no mínimo, durante dez dias.
Em Caçapava do Sul, o registro oficial mais antigo da Festa do Divino
data de maio de 1839, ano de instalação da Capital Rio-grandense em
nossa cidade. As páginas do jornal "O Povo" reproduzem o brilho da festa
em momento histórico tão importante. Há quem diga, porém, que os
festejos iniciaram antes, em 1805, sem registros oficiais verdadeiros.
De 1964 a 1994, a Festa do Divino perdeu muito de suas características e
brilho em Caçapava do Sul. Em 1994, porém, quatro casais caçapavanos e
os Padres João Luís Flesch e José da Luz entusiasmaram os fiéis e as
antigas comemorações do Divino Espírito Santo renasceram com grande
entusiasmo popular. A cidade vestiu-se de vermelho e branco, cores
simbólicas presentes na bandeira e, durante dez dias, atos de fé,
religiosidade e tradição marcaram os lares da cidade. Por esta razão,
até hoje, a Festa religiosa mais tradicional da cidade é comemorada e
alcançou um espaço maior . A partir de 1997, retomou-se a tradição de
levar as bandeiras também às famílias do interior do município,
realizando-se festas nas capelas previamente escolhidas, durante oito
fins de semana anteriores ao início das novenas de Pentecostes.
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