A Trindade num vitral da Igreja de Nª Srª de Fátima (Lisboa) por Almada Negreiros.
O Espírito Santo é representado pela pomba, entre o Cristo crucificado e o Pai com o rosto semi-oculto.
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Na cidade de Tomar em fins
de oitocentos, a configuração da cerimónia dos
festejos correspondia a um modelo temporal
típico das festividades em honra do Divino
Espírito Santo e desenrolavam-se por todo o
período do Pentecostes. Estes festejos começavam
no Domingo de Páscoa, altura em que saía o
cortejo da casa do mordomo (actualmente saía da
Santa Casa da Misericórdia), acompanhado por
gaiteiros e tamborileiros, a que se seguia o
“Pendão do Espírito Santo” empunhado pelo juiz e
por um mordomo e dois festeiros que
transportavam em salvas de prata as Coroas
Cerimoniais, a seguir seguiam-se os restantes
festeiros e o povo. Seguiam para a Igreja, onde
depositavam as coroas na banqueta do altar até
se finalizar a cerimónia religiosa. Seguidamente
o cortejo regressava ao local de partida e nos
Domingos a seguir este cortejo saía sempre à
rua. Na sexta-feira antes do Pentecostes saía
então à rua a grande Procissão em Honra do
Divino Espírito Santo (actual Procissão dos
Tabuleiros, hoje realizada ao Domingo).
Em todo o concelho de Tomar, nas várias aldeias,
realizavam-se também festejos em honra do Divino
Espírito Santo, como por exemplo: Paialvo,
Carregueiros… O século XX, trouxe grandes
modificações aos festejos em Tomar, como por
exemplo a distribuição da Pêza (tanto o pão como
a carne) passou a ser distribuído apenas pelos
mais necessitados. Em 1950 dá-se uma grande
transformação na ordenação dos festejos, visto
que no Grande Cortejo da Festa dos Tabuleiros
passaram a participar pessoas pertencentes ás
diferentes freguesias do concelho de Tomar. O
cortejo foi dividido em duas partes, o da
“Coroas e dos Pendões” e o dos “Tabuleiros”,
ambos realizados seguindo regras de cerimónia e
a data de realização destes cortejos passou a
ser em Junho.
Estes grandes Festejos alargam-se assim a todo o
concelho englobando diversos espectáculos
turístico-culturais.
Desde 1950 que muitas das motivações
devocionais, têm vindo a ser substituídas por
motivações funcionais de auto-estima
comunitária, embora se façam esforços para
manter esta tradição não perdendo os seus
modelos tradicionais.
Existem documentos que relatam festividades do Divino Espírito Santo em Tomar desde o ano de 1844 (num livro de Actas e Contabilidade da Academia Philarmonica Thomarense). Só a partir de 1879 é que começam a aparecer as primeiras descrições impressas. As celebrações iniciavam-se tradicionalmente no Domingo de Páscoa, dia em que pela primeira vez saíam e ainda saem o Cortejo das Coroas, conduzidas por três mordomos. Antigamente o cortejo saía de casa do mordomo principal, só mais tarde quando se começou a guardar o Pendão e as Coroas na Santa Casa da Misericórdia é que o cortejo começou a sair desta.
A Festa dos Tabuleiros em
Tomar realiza-se habitualmente de 4 em 4 anos no
princípio do mês de Julho. A origem desta festa
tradicional está no Culto ao Divino Espírito
Santo, este culto foi instituído pela Rainha
Santa Isabel. Na Festa dos Tabuleiros podem-se
observar características das antigas festas das
colheitas, quer seja pelo pão ou pelas espigas
de trigo presentes nos Tabuleiros.
O ponto alto dos festejos é o Cortejo dos
Tabuleiros, mas existem também outras atracções
culturais e recreativas como o Cortejo dos
Rapazes, o Cortejo do Mordomo, as ruas típicas
ornamentadas, os Jogos Populares, os Cortejos
Parciais, a Pêza…
Ler mais: http://www.i-tomar.info/c_cult_festa_tabesanto.php
Insígnia da Ordem de Cristo.